20 August 2014

138 - PROFETIZADA A EXTINÇÃO DOS ELEFANTES EM ÁFRICA

Com a devida vénia transcrevemos na íntegra o artigo publicado no Blogue BBC - BRASIL:


Elefantes podem ser extintos em cem anos na África

Atualizado em  18 de agosto, 2014 - 18:18 (Brasília) 21:18 GMT
Elefante | AFP
Especialistas estimam que desde 2010 35 mil elefantes tenham sido mortos por caçadores na África
Um dos símbolos da África, os elefantes podem desaparecer do continente em cem anos se nada for feito para frear a matança desses animais, afirmaram cientistas americanos.
Segundo eles, o número de mortes de elefantes supera atualmente o de nascimentos, provocando um desequilíbrio que pode levar à extinção da espécie.
Somente no ano passado, os especialistas estimam que, desde 2010, 35 mil elefantes tenham sido mortos todos os anos por caçadores na África.
O estudo, conduzido por cientistas da Universidade do Estado do Colorado, foi publicado na publicação científicaProceedings of the National Academy of Sciences.
De acordo com o autor da pesquisa, George Wittemyer, "nós estamos exterminando populações inteiras de elefantes no continente".

Perda irreparável

O comércio ilegal de presas de elefantes seria um dos fatores por trás do número crescente de mortes desses animais, acreditam os estudiosos.
Segundo eles, o tráfico desse tipo de produto cresceu exponencialmente nos últimos anos e um quilo de marfim pode valer hoje milhares de dólares. Muita da demanda vem de um mercado em ascensão na Ásia.
Enquanto ambientalistas sempre disseram que a perspectiva era desoladora, o estudo fornece uma avaliação detalhada do impacto desse comércio na população de elefantes africanos.
Os pesquisadores descobriram, por exemplo, que entre 2010 e 2013, o número desses animais caiu a uma média anual de 7% no continente.
Como os elefantes crescem a uma taxa de 5% anualmente, o resultado é que mais animais morrem do que nascem.
Julian Blanc, da Convenção sobre o Comércio Internacional das Espécies da Fauna e da Flora Silvestres Ameaçadas de Extinção (Cites, na sigla em inglês), que também participou do estudo, afirmou: "Se isso se sustentar, nós vamos observar reduções significativas na população desses animais nos próximos anos".
Homem segura presas de elefante | AFP
Comércio ilegal de marfim estaria por trás da alta mortalidade de elefantes
"Outra coisa a se ter em mente é que áreas diferentes também são afetadas de forma diferente".
"Ainda há populações de elefantes aumentando de tamanho em partes da África, como Botsuana. Mas em outros lugares, a taxa de animais mortos vítimas de caçadores é extremamente alta. Esse é o caso, por exemplo, da África Central".
Na região, a estimativa é de que o número de elefantes caiu cerca de 60% na última década.
Para Wittemyer, "estamos falando da aniquilação do maior e mais velhos dos elefantes".
"Isso significa a destruição de machos reprodutores primários e de matriarcas de famílias inteiras e mães. Isso deixa para trás muitos elefantes jovens órfãos e clãs despedaçados".
Ambientalistas defendem medidas urgentes contra a mortandade de elefantes.
Para John Scanlon, secretário-geral da Cites, "o mundo precisa decidir quanto mais esforço quer colocar na preservação dessa magnífica espécie e se está preparado para mobilizar os recursos humanos e financeiros necessários para isso".
"Em termos concretos, precisamos nos concentrar na linha de frente e enfrentar todos os elos da cadeia de comércio ilegal de marfim – melhorando os meios de subsistência locais (para aqueles que co-habitam com elefantes), fortalecer a execução das leis e da governança e reduzir a demanda pelo marfim ilegal".
(Fim de citação)

NOTA FINAL:
Este assunto tem sido debatido nos últimos trinta anos por imensos cientistas (e não só), nomeadamente desde que foram feitos estudos minuciosos sobre a situação do Elefante em África. Não é novidade, pois, que os cientistas da  Universidade do Estado do Colorado, venham, ao fim de tantos anos, chegar a uma conclusão que já foi aventada (profetizada) por imensos seus colegas.
Não sou cientista, mas na minha qualidade de simples expert, também há vários anos que tenho a mesma opinião e sustento-a com convicção porque acompanho as notícias que nos dão conta das  razias feitas nesta espécie em todo o continente africano. À medida em que os rinocerontes foram sendo dizimados em toda a parte, os elefantes passaram  a ser o alvo de semelhante barbárie. O seu valioso marfim, passou a substituir a fonte de receita que os cornos de rinoceronte sustentava as redes organizadas do seu tráfico para os países asiáticos. 
Até hoje, as organizações internacionais de protecção à fauna bravia, não conseguiram acabar com essas redes. E cremos que nunca o vão conseguir. Era preciso que se acabasse primeiro com a corrupção que grassa nas autoridades dos países que abrem as portas ( fronteiras) a esses  traficantes, que são os principais causadores do desaparecimento destas e outras espécies cujos troféus (e até alguns despojos) valem milhões nesses países.
20 de Agosto de 2014
Celestino Gonçalves



13 August 2014

137 - MEDIDAS DRÁSTICAS PARA EVITAR A EXTINÇÃO DOS RINOCERONTES


Com a devida vénia, transcrevo a notícia acabada de publicar no "Moçambique para Todos", do nosso amigo Fernando Gil:

África do Sul Retira Centenas de Rinocerontes do Parque Kruger Devido a Caçadores Furtivos

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Kruger_photo_jpgA África do Sul vai retirar centenas de rinocerontes do célebre parque Kruger, na fronteira com Moçambique, com o objectivo de parar a caça furtiva que tem dizimado a espécie.
“Tomámos uma decisão sobre o assunto da deslocação”, declarou Edna Molewa em conferência de imprensa, confirmando a decisão de capturar e enviar centenas de animais para outras reservas do país ou para o estrangeiro.
Nos últimos anos a África do Sul tem destacado forças militares para o parque para tentar dissuadir os caçadores furtivos, que vêm essencialmente de Moçambique.
A Fundação Internacional do Rinoceronte divulgou em Julho que desde 2010 perto de 1.862 rinocerontes foram abatidos no parque Kruger por cidadãos moçambicanos.
“Iremos deslocar perto de 500 animais”, precisou Sam Ferreira, um cientista que trabalha nos parques nacionais sul-africanos, presente na conferência com a ministra.

No último recenseamento, realizado em 2013, a população de rinocerontes no parque Kruger, que tem perto de 400 quilómetros fronteiriços com Moçambique, foi estimada em entre 8.400 e 9.600 animais.
Nos primeiros seis meses deste ano, 558 rinocerontes foram mortos na África do Sul, 370 deles no parque Kruger.
A caça furtiva cresceu exponencialmente no fim da década 2000-10, devido ao aumento da procura de chifre de rinoceronte, especialmente nos mercados do Vietname e da China.
A medicina tradicional chinesa atribui propriedades estimulantes e revitalizantes, nenhuma delas comprovada cientificamente, ao chifre de rinoceronte, que é vendido a preços elevados no mercado negro.
Lusa – 13.08.2014