ÁLBUM
DE RECORDAÇÕES
- 6 -
JOSÉ
JOAQUIM SIMÕES
(SIMÕES
SAFARIS)
(Re)publicação actualizada)
1962 – Em
Nairoto, o José Simões, exibindo um belo troféu de Cudo (Tragelaphus strepciceros).
Caçador-guia e promotor de
safaris, o José Simões foi o grande dinamizador da indústria dos safaris de
caça em Moçambique, iniciada em finais da década de 50, com acção preponderante
no distrito de Manica e Sofala, centro do território.
Nascido na cidade da Beira, onde seu pai era funcionário dos caminhos de ferro da antiga “Beira Railways”, viria a seguir a carreira do seu progenitor, que faleceu quando ele tinha apenas 13 anos. Ainda novo chegou a chefe de estação em Vila Machado (actual Nhamapanda), uma pequena povoação a cerca de cento e vinte quilómetros da Beira e situada no centro de uma vasta região rica em espécies selvagens. Ali a sua paixão pela caça arrastou-o para uma actividade que no início da década de 50 estava muito em moda na região: a caça profissional, que proporcionava uma vida desafogada com a venda da carne, peles e marfim.
Nascido na cidade da Beira, onde seu pai era funcionário dos caminhos de ferro da antiga “Beira Railways”, viria a seguir a carreira do seu progenitor, que faleceu quando ele tinha apenas 13 anos. Ainda novo chegou a chefe de estação em Vila Machado (actual Nhamapanda), uma pequena povoação a cerca de cento e vinte quilómetros da Beira e situada no centro de uma vasta região rica em espécies selvagens. Ali a sua paixão pela caça arrastou-o para uma actividade que no início da década de 50 estava muito em moda na região: a caça profissional, que proporcionava uma vida desafogada com a venda da carne, peles e marfim.
Surgiu nessa altura em
Moçambique um brasileiro – Jorge Alves de Lima – que vinha caçar e mais tarde
se tornaria num dos pioneiros da indústria de safaris em Moçambique, como
concessionário da Coutada oficial nº 5, junto da margem esquerda do rio Save.
Este caçador foi provavelmente o inspirador do José Simões, com quem
caçou várias vezes, transmitindo-lhe as suas experiências vividas noutros
países africanos, sobretudo no Quénia.
Depois de alguns anos de
envolvimento na dupla actividade de caça para negócio de carne, peles e marfim
e realização de safaris (prática comum entre a maioria dos chamados “caçadores
profissionais”, embora, na época, não houvesse ainda legislação específica para
esta última actividade), o José Simões acabaria por visitar o país
modelo em África – o Kénia – onde caçou e ficou a par dos meandros desta
indústria. Dedicou-se depois com grande paixão à dinamização do processo
de criação das coutadas oficiais, que, tal como a regulamentação da actividade
de caçador-guia, ficaram concluídos em Junho de 1960.
Obteve a concessão de três das
dezassete coutadas que então foram criadas - Inhamacala (nº 6), Catulene
(nº 7) e Marromeu (nº 10) - e criou a empresa “Simões Safaris”, com sede na
cidade da Beira. Era também titular da licença de caçador-guia número um,
emitida pelos Serviços da Fauna, que exibia com certo orgulho, embora fosse
contestado pelo seu colega Alberto Araújo, que fora efectivamente o primeiro
caçador a efectuar safaris em Moçambique, na antiga coutada do Sabonete, mais
tarde a coutada oficial nº 1 (Ver Álbum nº 2).
Os jornais e revistas da época
acompanharam de perto esta nova actividade em Moçambique e destacaram com
frequência os sucessos alcançados pela “Simões Safaris”, que recebia
consagradas figuras do mundo da caça!
Rapidamente o José Simões se
tornou conhecido naquele mundo, que passou a visitar com a regularidade que os
seus agentes reclamavam! Tornou-se membro dos mais conceituados clubes de
caçadores, indo aos seus congressos e às mais diversas reuniões, onde promovia os safaris nas suas coutadas.
A facilidade e o à-vontade com que se exprimia, quer num fluente inglês, com sotaque americano, quer num razoável castelhano, granjeou-lhe muitas amizades nos países de origem da esmagadora maioria dos caçadores-turistas! Os calendários das épocas venatórias ficavam repletos de clientes, oriundos dos Estados Unidos da América, Espanha, México, Canadá, Itália, França, Alemanha, Brasil, Suiça, Austria, Japão, Argentina e outros.
A facilidade e o à-vontade com que se exprimia, quer num fluente inglês, com sotaque americano, quer num razoável castelhano, granjeou-lhe muitas amizades nos países de origem da esmagadora maioria dos caçadores-turistas! Os calendários das épocas venatórias ficavam repletos de clientes, oriundos dos Estados Unidos da América, Espanha, México, Canadá, Itália, França, Alemanha, Brasil, Suiça, Austria, Japão, Argentina e outros.
O sucesso dos safaris nas suas
coutadas resultava sobretudo dos excelentes troféus que ali eram obtidos,
comparados com os de outros países africanos, como o Kénia, Tanganhica, Congo,
Chad, Sudão, República Centro Africana e outros, onde há muitos anos se
explorava esta indústria. Muitos desses troféus atingiram os primeiros lugares
nas listas dos records mundiais de espécies africanas e encontram-se registados
no livro Rowland Ward’s Records of Big Game, em nome de famosos caçadores
como Elgin Gates, Stevenson-Hamilton, K. Painter, Lord Kylsant, W.
Charter, etc,.
Conheci pessoalmente o José
Simões em 1961, na cidade da Beira, quando ali me desloquei ido de Cabo
Delgado, para a minha primeira visita ao Parque Nacional da Gorongosa, a
convite do Dr Manuel Rodrigues da Costa, veterinário, chefe da repartição
distrital de veterinária de Manica e Sofala e que na altura acumulava a
administração do mesmo Parque.
Pessoa muito afável, falava da
sua actividade com grande entusiasmo, afirmando a cada passo que a caça
turística era a mina de ouro de Moçambique, por ser uma fonte de
divisas importante que convinha desenvolver e acarinhar. Passámos longas horas
abordando os temas envolventes desta matéria e como era o primeiro profissional
deste ramo que conhecera até ali, fiquei maravilhado com os seus conhecimentos
sobre o mundo dos safaris e do turismo subjacente, que há muito tentava
conhecer.
No auge da sua actividade, em
1962, as reservas de safaris ultrapassavam em muito a capacidade das suas
coutadas e isso levou o José Simões a procurar expandir a sua acção a outras
regiões de Moçambique.
Entusiasmado com as descrições
que lhe fiz sobre o potencial faunístico das regiões do norte, acabaria
por obter dos Serviços de Fauna Bravia autorização para que eu o acompanhasse
num estudo das áreas de Nairoto, Negomano e Mecula, atravessadas pelo rio
Lugenda e limitadas a norte pelo rio Rovuma, fronteira com a Tanganhica (actual
Tanzania).
Em Março daquele ano, tal
estudo foi efectuado, embora sumariamente, limitando-se a um breve
reconhecimento aéreo das referidas áreas e a pequenas incursões terrestres ao
longo da margem direita do rio Lugenda. A quantidade e variedade de espécies
avistadas e os claros vestígios de muitas mais que as matas encobriam,
deixaram o José Simões bastante
entusiasmado e nesse mesmo ano viria a ser autorizado a realizar safaris
de caça na região.
1962 - O
José Simões, com o autor, junto do avião na pista de Nairoto,
aquando dos trabalhos de reconhecimento da fauna no norte de Moçambique.
aquando dos trabalhos de reconhecimento da fauna no norte de Moçambique.
As características dessa
região, que em grande parte era coberta de matas de bambú, impenetráveis às
viaturas, foi a principal causa de insucesso do primeiro safari ali realizado.
Era necessário um grande investimento na abertura de picadas e construção de
acampamentos e isso não foi feito.
O José Simões concentrou-se de
novo nas suas três coutadas de Manica e Sofala e entretanto a sua fama já havia
chegado às mais altas esferas da nação, devido à sua acção, dita de patriótica,
no estrangeiro.
Um episódio televisivo, nos
Estados Unidos, em que um amigo do Simões – Willber May -, dono de uma cadeia
de televisão, o colocou frente a frente, num dos seus programas com o
presidente da Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo), Dr. Eduardo
Mondlane, que na altura desenvolvia uma cerrada campanha contra Portugal,
devido à colonização do território. Esse encontro colocou o José Simões numa
posição de autêntico herói no seio do governo português. Ele tinha enfrentado
Eduardo Mondlane com uma dureza sem precedentes, desmentindo-o sobre as
acusações que fazia a Portugal. Recusou-se, inclusivamente, a estender-lhe a
mão. Isto num programa televisivo visto por milhões de pessoas nos Estados
Unidos da América.
Tal episódio fora gravado na
embaixada de Portugal em Washington e rapidamente chegou ao governo de Lisboa. Não tardou que o Simões fosse chamado à
presença de Salazar, que lhe dispensou rasgados elogios, considerando-o um dos melhores embaixadores da política
colonial portuguesa no estrangeiro, entretanto muito abalada devido à acção dos
movimentos de libertação dos respectivos territórios.
A presença de altas figuras da finança, da política e da cultura, no interior de Moçambique, conduzidas descontraidamente durante as excursões cinegéticas, eram também consideradas pelo governo como excelente veículo de propaganda, através dessas figuras, que no regresso aos seus países poderiam testemunhar que a vida no território era de perfeita paz e harmonia entre as populações. Nenhuma outra actividade, como a do Simões, servia melhor este objectivo e ele próprio fazia questão de salientar, nas suas palestras no estrangeiro, que a acção dos tais movimentos era nula no território.
A presença de altas figuras da finança, da política e da cultura, no interior de Moçambique, conduzidas descontraidamente durante as excursões cinegéticas, eram também consideradas pelo governo como excelente veículo de propaganda, através dessas figuras, que no regresso aos seus países poderiam testemunhar que a vida no território era de perfeita paz e harmonia entre as populações. Nenhuma outra actividade, como a do Simões, servia melhor este objectivo e ele próprio fazia questão de salientar, nas suas palestras no estrangeiro, que a acção dos tais movimentos era nula no território.
Nasceu assim uma nova etapa na
vida do José Simões, cada vez mais conhecido além fronteiras. Ele soube
aproveitar bem a simpatia que granjeou do chefe do governo português, obtendo
empréstimos bancários consideráveis para melhorar a sua organização.
Em 1963 e 1964, o presidente da república portuguesa enviaria convidados seus – os marqueses de Villaverde (filha e genro do generalíssimo Franco, de Espanha) que se fizeram acompanhar do casal Aznar, das suas relações -, para caçarem na “Simões Safaris”. Ainda em 1964, mais um convidado da presidência – o capitão Munhõs Grandes, filho do ministro da defesa de Espanha - viria igualmente a efectuar um safari nas coutadas concessionadas ao José Simões.
O sucesso daqueles safaris foi simplesmente retumbante e arrastou muitas dezenas de caçadores turistas da alta finança espanhola (e não só) para as coutadas de Manica e Sofala, com destaque para a organização do Simões.
Em 1963 e 1964, o presidente da república portuguesa enviaria convidados seus – os marqueses de Villaverde (filha e genro do generalíssimo Franco, de Espanha) que se fizeram acompanhar do casal Aznar, das suas relações -, para caçarem na “Simões Safaris”. Ainda em 1964, mais um convidado da presidência – o capitão Munhõs Grandes, filho do ministro da defesa de Espanha - viria igualmente a efectuar um safari nas coutadas concessionadas ao José Simões.
O sucesso daqueles safaris foi simplesmente retumbante e arrastou muitas dezenas de caçadores turistas da alta finança espanhola (e não só) para as coutadas de Manica e Sofala, com destaque para a organização do Simões.
Tais safaris decorreram já com
a minha presença no distrito de Manica e Sofala e aproximaram-me do José Simões
e de toda a sua organização, assim como de outros caçadores-guias que vieram a
participar nas caçadas, uma vez que fui designado como supervisor dos mesmos, acompanhando-os de princípio ao fim e tomando, por vezes, o
lugar de caçador-guia, nomeadamente em algumas caçadas individuais do Marquês
e praticamente todas as do capitão
Munhõs Grandes.
Tive então a ocasião de
conhecer de perto este experimentado caçador. Um homem de compleição física muito possante embora algo atarracada, dotado de qualidades excepcionais como caçador-guia e uma excelente pessoa. Tinha um bom relacionamento com as populações rurais,
valendo-lhe por isso o respeito e admiração das mesmas. Dava-lhes assistência
nas doenças mais simples e nos casos mais complicados as suas viaturas estavam
sempre à disposição para levar as pessoas aos hospitais. Um caso particular foi
muito falado, na altura, e passou-se no Catulene, onde se situava o acampamento
central da coutada numero sete: o régulo local, já de idade avançada, sofria de
doença nos olhos que o privavam de ver há mais de dez anos. O Simões levou-o
para a Beira e custeou uma operação que lhe recuperou a visão. O velho régulo
nem queria acreditar e espalhou aos quatro ventos este “milagre”, que elevou
ainda mais alto o prestígio deste caçador.
A caça aos grandes felinos –
leões e leopardos –, por norma muito difícil por se tratar de animais de fácil
simulação nas matas e que fora dos parques raramente se vêm durante o
dia, era o seu forte. Conhecedor profundo dos seus hábitos, conseguia
excelentes resultados e os seus clientes raramente deixavam de abater
estas espécies, invariavelmente ao cair da tarde ou pela madrugada
já com o sol a despontar.
1963 - Na
coutada 6 (Inhamacala) o Marques de
Villaverde (direita) e o Simões.
(Foto do autor)
(Foto do autor)
1964 - Em Inhamacala com o autor no dia em que este recebeu
uma condecoração do Governo espanhol resultante da sua acção durante a supervisão dos safaris
dos Marqueses de Villaverde no ano anterior
Em 1964, quando a sua
organização deveria estar mais forte devido às excelentes épocas
anteriores, ao seu prestígio cada vez mais acentuado no estrangeiro
e à excelente carteira de turistas-caçadores que preenchiam
praticamente todo o calendário desse ano, a “Simões Safaris” sofreu um colapso
financeiro, que aliás se vinha acentuando nos últimos dois anos, não obstante
os empréstimos contraídos na banca, facilitados pelo governo de Lisboa.
O José Simões, deslumbrado provavelmente
com os sucessos e a fama alcançados, gastava milhões nas prolongadas
viagens ao estrangeiro, sempre acompanhado, desprezando um pouco o controle da
empresa, cuja administração não teve colaboradores à altura. As viaturas e os
equipamentos atingiram o desgaste quase total e não foram adquiridas outras
novas. Os próprios caçadores-guias seus empregados, atingidos pela crise,
começaram a debandar para outros promotores de safaris ou tornaram-se
empresários individuais.
O banco credor – Banco Nacional Ultramarino – aproveitando-se da situação, absorveu a sua organização e criou uma mega empresa – a Safrique (Sociedade de Safaris de Moçambique) -, onde congregou, para além das três coutadas do Simões (nºs 6, 7 e 10), mais as concessionadas a Alberto Araujo (nº 1), Agência de Turismo da Beira (nº 9), Vergílio Garcia (nº 12), Francisco Salzone (nº14) e Armindo Vieira (nº 15). Obteve ainda a concessão da coutada nº 13. Um total de 9 coutadas (mais de metade das existentes no território), todas no distrito de Manica e Sofala.
O banco credor – Banco Nacional Ultramarino – aproveitando-se da situação, absorveu a sua organização e criou uma mega empresa – a Safrique (Sociedade de Safaris de Moçambique) -, onde congregou, para além das três coutadas do Simões (nºs 6, 7 e 10), mais as concessionadas a Alberto Araujo (nº 1), Agência de Turismo da Beira (nº 9), Vergílio Garcia (nº 12), Francisco Salzone (nº14) e Armindo Vieira (nº 15). Obteve ainda a concessão da coutada nº 13. Um total de 9 coutadas (mais de metade das existentes no território), todas no distrito de Manica e Sofala.
Em 1965 a “Safrique” arrancou
com uma dinâmica nova: excelentes acampamentos; viaturas e máquinas novas;
material de campanha do melhor; abriu picadas por todo o lado e dispunha de uma
equipe de caçadores-guias experimentados para garantir safaris ao melhor nível de África.
O José Simões, tal como os
outros concessionários das coutadas, com excepção apenas de Francisco Salzone
que preferiu continuar como independente em zonas livres, foram integrados na
“Safrique” com cotas insignificantes, exercendo funções de “inspectores”, viradas sobretudo para
a promoção e gestão dos safaris.
Contudo, o José Simões, desmotivado pelas funções que lhe foram atribuídas e também pela falta dos milhões com que estava habituado na sua anterior empresa, viria a separar-se da “Safrique” pouco mais de um ano depois da sua criação. Juntou-se a um grupo de colegas independentes, entre eles Victor Cabral, Francisco Salzone, Moreno y Moreno, Mário Damião, Amílcar Jorge, António Fajardo e outros, obtendo zonas de caça periféricas às coutadas, que se designavam de “zonas livres”, onde efectuavam safaris de nível equiparado já que os núcleos de fauna eram muito idênticos. Uma actividade nem sempre pacífica, dados os conflitos permanentes entre estes promotores e a própria “Safrique”, com acusações mútuas de invasão dos respectivos territórios.
Paralelamente, o José Simões
criou uma nova organização - a empresa “Maningue”-, virada para a captura
de aves e peixes exóticos, cujos resultados atingiram níveis excelentes com a
exportação de grandes quantidades de espécimes muito apreciadas na Europa.
1964 – Simões com a Marquesa de Vilaverde (esqª) e Loli Aznar após uma
caçada brilhante na coutada 7 (Catulene)
1964 – Simões e Celestino com
os ilustres convidados espanhois em Catulene num dia bem sucedido
A viragem política em Portugal
em Abril de 1974, que apressou a independência das colónias portuguesas em
África, atingiu todas as organizações de safaris em Moçambique, entretanto já
afectadas pela acção dos guerrilheiros da “Frelimo”, que vinham atacando e
incendiando diversos acampamentos no distrito de Manica e Sofala, nos últimos
quatro anos. Verificou-se, até, neste período, a morte de um destacado médico do generalíssimo Franco, ocorrida num ataque dos guerrilheiros ao principal acampamento da Safrique - Inhamacala -, facto que teve enormes repercussões no mundo da caça e que levou as autoridades a suspenderem os safaris naquela região, transferindo os clientes para as coutadas do Save e do Limpopo em acordo com os respectivos concessionários.
Começou então a debandada
dos caçadores profissionais e promotores de safaris independentes de Moçambique, para
outros países africanos, tendo o Simões, juntamente com Victor Cabral e outros,
optado por Angola, onde as condições também descambaram e depressa os obrigou a
mudar-se para o Sudão.
O José Simões terá conseguido bons parceiros, seus antigos clientes em Moçambique e construído uma empresa sólida e de sucesso naquele país.
O José Simões terá conseguido bons parceiros, seus antigos clientes em Moçambique e construído uma empresa sólida e de sucesso naquele país.
Alguns anos de glória e de avultados
rendimentos conseguiu ainda este intrépido caçador, mas também as
perturbações políticas naquele país acabariam por atingir as actividades de
caça. Mais uma vez o Simões via gorado o seu esforço e diluídos os sonhos que
desde muito novo acalentou.
Viveu, sem dúvida, uma vida
plena de aventuras e emoções fortes!
Uma doença incurável, mais forte que todos os perigos que enfrentou durante a sua vida de caçador, vitimou este simpático beirense, com cerca de setenta anos, em fins da década de noventa. O José Joaquim Simões - o“Simões Safaris”, como era conhecido no mundo da caça -, era muito estimado na cidade da Beira e foi, sem dúvida, o caçador moçambicano mais conhecido em todo o mundo!
Desapareceu assim uma figura mítica, das que mais honraram uma profissão considerada a mais emotiva e perigosa em África – caçador!
Dois dos seus três filhos, o Manuel e o Durival, seguiram entretanto a carreira do pai, tornando-se caçadores guias e têm desenvolvido esta actividade em vários países africanos, entre eles Moçambique onde a partir de 1994 foram retomadas as actividades cinegéticas.
Uma doença incurável, mais forte que todos os perigos que enfrentou durante a sua vida de caçador, vitimou este simpático beirense, com cerca de setenta anos, em fins da década de noventa. O José Joaquim Simões - o“Simões Safaris”, como era conhecido no mundo da caça -, era muito estimado na cidade da Beira e foi, sem dúvida, o caçador moçambicano mais conhecido em todo o mundo!
Desapareceu assim uma figura mítica, das que mais honraram uma profissão considerada a mais emotiva e perigosa em África – caçador!
Dois dos seus três filhos, o Manuel e o Durival, seguiram entretanto a carreira do pai, tornando-se caçadores guias e têm desenvolvido esta actividade em vários países africanos, entre eles Moçambique onde a partir de 1994 foram retomadas as actividades cinegéticas.
Marrabenta, Janeiro de 2002
Celestino Gonçalves
(Fiscal de caça-chefe de Moçambique, reformado)
FONTES:
- Dados genéricos e
impressões: do autor;
- Complementares: Victor
Cabral (ex-colega do Simões e actualmente a viver no México) e José Augusto
Serra Campos (promotor de safaris e actual concessionário, em parceria com outros colegas, da coutada oficial nº
6 - Inhamacala - Moçambique).