Elefantes podem ser extintos em cem anos na África
Atualizado em 18 de agosto, 2014 - 18:18 (Brasília) 21:18 GMT
Um dos símbolos da África, os elefantes podem desaparecer do continente em cem anos se nada for feito para frear a matança desses animais, afirmaram cientistas americanos.
Segundo eles, o número de mortes de elefantes supera atualmente o de nascimentos, provocando um desequilíbrio que pode levar à extinção da espécie.
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Somente no ano passado, os especialistas estimam que, desde 2010, 35 mil elefantes tenham sido mortos todos os anos por caçadores na África.
O estudo, conduzido por cientistas da Universidade do Estado do Colorado, foi publicado na publicação científicaProceedings of the National Academy of Sciences.
De acordo com o autor da pesquisa, George Wittemyer, "nós estamos exterminando populações inteiras de elefantes no continente".
Perda irreparável
O comércio ilegal de presas de elefantes seria um dos fatores por trás do número crescente de mortes desses animais, acreditam os estudiosos.
Segundo eles, o tráfico desse tipo de produto cresceu exponencialmente nos últimos anos e um quilo de marfim pode valer hoje milhares de dólares. Muita da demanda vem de um mercado em ascensão na Ásia.
Enquanto ambientalistas sempre disseram que a perspectiva era desoladora, o estudo fornece uma avaliação detalhada do impacto desse comércio na população de elefantes africanos.
Os pesquisadores descobriram, por exemplo, que entre 2010 e 2013, o número desses animais caiu a uma média anual de 7% no continente.
Como os elefantes crescem a uma taxa de 5% anualmente, o resultado é que mais animais morrem do que nascem.
Julian Blanc, da Convenção sobre o Comércio Internacional das Espécies da Fauna e da Flora Silvestres Ameaçadas de Extinção (Cites, na sigla em inglês), que também participou do estudo, afirmou: "Se isso se sustentar, nós vamos observar reduções significativas na população desses animais nos próximos anos".
"Outra coisa a se ter em mente é que áreas diferentes também são afetadas de forma diferente".
"Ainda há populações de elefantes aumentando de tamanho em partes da África, como Botsuana. Mas em outros lugares, a taxa de animais mortos vítimas de caçadores é extremamente alta. Esse é o caso, por exemplo, da África Central".
Na região, a estimativa é de que o número de elefantes caiu cerca de 60% na última década.
Para Wittemyer, "estamos falando da aniquilação do maior e mais velhos dos elefantes".
"Isso significa a destruição de machos reprodutores primários e de matriarcas de famílias inteiras e mães. Isso deixa para trás muitos elefantes jovens órfãos e clãs despedaçados".
Ambientalistas defendem medidas urgentes contra a mortandade de elefantes.
Para John Scanlon, secretário-geral da Cites, "o mundo precisa decidir quanto mais esforço quer colocar na preservação dessa magnífica espécie e se está preparado para mobilizar os recursos humanos e financeiros necessários para isso".
"Em termos concretos, precisamos nos concentrar na linha de frente e enfrentar todos os elos da cadeia de comércio ilegal de marfim – melhorando os meios de subsistência locais (para aqueles que co-habitam com elefantes), fortalecer a execução das leis e da governança e reduzir a demanda pelo marfim ilegal".
(Fim de citação)
NOTA FINAL:
Este assunto tem sido debatido nos últimos trinta anos por imensos cientistas (e não só), nomeadamente desde que foram feitos estudos minuciosos sobre a situação do Elefante em África. Não é novidade, pois, que os cientistas da Universidade do Estado do Colorado, venham, ao fim de tantos anos, chegar a uma conclusão que já foi aventada (profetizada) por imensos seus colegas.
Não sou cientista, mas na minha qualidade de simples expert, também há vários anos que tenho a mesma opinião e sustento-a com convicção porque acompanho as notícias que nos dão conta das razias feitas nesta espécie em todo o continente africano. À medida em que os rinocerontes foram sendo dizimados em toda a parte, os elefantes passaram a ser o alvo de semelhante barbárie. O seu valioso marfim, passou a substituir a fonte de receita que os cornos de rinoceronte sustentava as redes organizadas do seu tráfico para os países asiáticos.
Até hoje, as organizações internacionais de protecção à fauna bravia, não conseguiram acabar com essas redes. E cremos que nunca o vão conseguir. Era preciso que se acabasse primeiro com a corrupção que grassa nas autoridades dos países que abrem as portas ( fronteiras) a esses traficantes, que são os principais causadores do desaparecimento destas e outras espécies cujos troféus (e até alguns despojos) valem milhões nesses países.
20 de Agosto de 2014
Celestino Gonçalves
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