22 March 2009

53 - CARTAS DA BEIRA DO ÍNDICO (14)


CARTAS DA BEIRA DO ÍNDICO

(14)

FESTA DO FINALISTA DA ESCOLA PORTUGUESA DE MAPUTO



Como é da tradição, realizou-se no último sábado, dia 21, a festa do finalista da Escola Portuguesa de Maputo, envolvendo os alunos que terminam o 12º ano de escolaridade.

Esta festa constituiu o ponto alto da nossa já prolongada estadia em Moçambique, visto que nela foi debutante a nossa neta mais velha!

Desde há cinco meses a esta parte que vinha sendo cúmplice de tal acontecimento, na medida em que a neta teve várias tarefas na sua organização e me arrastou para lhe dar apoio, sobretudo para a levar ( e muitas vezes com as colegas do grupo de trabalho) a vários locais da cidade para angariarem patrocínios, assim como aos ensaios da valsa, às compras, ao estilista para as provas do vestido, etc.Mas também o resto da família foi igualmente envolvido, colaborando e participando nas galas que nos últimos meses foram realizadas na Escola para angariação de fundos.

De uma maneira geral, todos os debutantes adandaram envolvidos na organização da festa e a raparigas até primaram por emagrecer umas gramas para que a beleza dos seus vestidos bem justos sobressaisse ainda mais!
Para quem já passou por idêntido marco da vida estudantil, não é novidade o que lhes possa contar, visto que de uma forma geral estas festas têem sempre um deslumbramento idêntico em toda a parte.

No nosso caso, porém, a festa ultrapassou todas as espectativas, por ser a nossa primeira neta a atingir este patamar académico. A nossa actual estadia em Moçambique foi convenientemente programada para estarmos presentes neste evento e isso nos trouxe imensa alegria!

O dia marcava o início da primavera noutras latitudes e aqui tambem foi de bom tempo, com as temperaturas já mais amenas sobretudo durante a noite, o que permitiu que o programa decorresse na perfeição!
Uma grande tenda montada no recinto da Escola albergou cerca de 700 pessoas para o jantar de gala, um buffet com a diversidade e o rigor das melhores organizações hoteleiras! A bonita decoração das mesas, a luz feérica e bem distribuida e a excelente música, emprestaram ao ambiente um clima digno das grandes galas e correspondeu ao primor das indumentárias, onde se destacaram os deslumbrantes vestidos das debutantes, que neste dia são sempre apelidadas de princesas!

Que bonitas estavam todas elas e que felicidade irradiavam e faziam irradiar aos seus familiares e amigos presentes!

Mas os moços não se ficaram atrás! Também vestidos com o rigor que se impõe nesta ocasião única das suas vidas, eles foram dando nas vistas quando observados de perto, quer pelo bom corte dos fatos, da excelência das camisas e gravatas (ou laços), mas também pelos penteados modernos e até exóticos que alguns exibiam!

A todo este esplendor, corresponderam os professores, familiares e amigos dos finalistas, com destaque, naturalmente, para e elenco feminino, sempre atraente nas suas indumentárias de cerimónia, nos seus penteados e adereços e, sobretudo, na alegria bem estampada nos rostos!

Não faltaram momentos de grande exaltação, primeiro no apoio aos artistas (alunos finalistas) que actuaram, depois durante os discursos dos chefes das turmas, com destaque para a Tuma B que foi a mais irreverente nas apreciações aos professores!

O recinto de jogos foi o palco da valsa e distribuição das faixas, a parte da festa mais esperada já que é sempre um espectáculo de extraordinária beleza, pese embora a dificuldade de alguns pares em executar a velha dança palaciana!

Mas não estiveram muito mal estes jovens que souberam disfarçar os momentos mais difíceis com a sua postura garbosa e elegante nas pausas e nas partes mais lentas do bailado!
A distribuição das faixas e a eleição do rei e rainda da festa foram outros momentos altos que proporcionaram muita animação e ruidosos aplausos aos debutantes que para o efeito subiram ao palco onde elementos da comissão e professores os receberam e felicitaram um a um!

E como as fotografias valem mais que as palavras, aqui deixamos uma pequena selecção das muitas centenas que tiramos nesta festa que nos embeveceu e emocionou!

Saudações amigas, aqui da beira do Índico!
Maputo, 26 de Março de 2009
Celestino Gonçalves

REPORTAGEM FOTOGÁFICA
A neta com os avós maternos



Com os avós paternos

O brinde com os pais e mana



Com a mana


Os pais muito felizes!


Os avós orgulhosos!


Momento de espectativa!


Turma A - a primeira a expor-se

Turma B - a mais irreverente!

Turma C - a mais feminina!


A entrada para a Valsa!

A Valsa vai começar!


Momento empolgante!

Um passo difícil da valsa

A valsa com o pai

A valsa com a mãe


A valsa com o avô materno

Uma pose com o parceiro da valsa

Grande animação!

Com a mana e uma das colegas debutantes

Momento em que a neta recebia a faixa do professor mais popular da Escola

A pose já com a faixa!

Momento de votação para o rei e rainha da festa

Um vestido a destoar...mas de belo efeito!

Aplausos ao rei e rainha da festa!

Rainha e Rei da festa do finalista de 2008/2009!

14 March 2009

52 - CARTAS DA BEIRA DO ÍNDICO



CARTAS DA BEIRA DO ÍNDICO

(13)

FÉRIAS EM MOÇAMBIQUE

(2008-2009)


GORONGOSA - MOSTRA EM MAPUTO


O Parque Nacional da Gorongosa, que renasceu das cinzas muito recentemente, depois de ter estado à beira do desaparecimento por motivos que muitas vezes já abordei e que se relacionaram com a guerra civil terminada em 1992, é já um dos mais apetecidos destinos turísticos deste país, voltando a ser, como no passado, uma atracção de quem gosta de observar a natureza onde a vida selvagem está representada pelos mais belos e raros animais comuns neste continente!

Restaurado que foi o seu principal acampamento - Chitengo - e reabertas as principais picadas do circuito turístico, onde já se podem ver muitas das espécies que outrora povoaram o Parque aos milhares, nomeadamente leões, elefante, hipopótamos, crocodilos, inhacosos, impalas, facoceros, inhalas, imbabalas, changos, oribis e uma fauna alada das mais completas do ciontinente africano. Com alguma sorte podem ainda ver-se, em quantidades mais reduzidas devido à sua mais lenta recuperação, outras espécies, como búfalos, palapalas, zebras, bois cavalos e gondongas, algumas reintroduzidas recentemente.

O projecto da Fundação Carr, que desde 2005 ali desenvolve uma actividade sem paralelo nos restantes parques e reservas de Moçambique, tem realizado, simultaneamente, um trabalho ímpar na divulgação da Gorongosa, quer dentro quer fora do país, participando em feiras de turismo importantes, como Portugal, Espanha, Alemanha, Inglaterra, etc.

Por outro lado, as mais diversas e importantes cadeias de televisão e da imprensa escrita de todo o mundo, ali têm feito reportagens que já chegaram aos mais reconditos locais do planeta!

Internamente essa divulgação tem sido feita através de "mostras" em algumas das capitais das provincias, onde se passam filmes antigos e modernos, projectam slides, são exibidos cartazes e fotografias focando as principais atracções e belezas do Parque. São ainda distribuidos panfletos com informação sobre os preços de alojamentos, entradas, game drives, transferes, etc.

O início da época turística no Parque está marcado, como habitulamente todos os anos, para 15 de Abril próximo. Entretanto, o director de vendas do mesmo, Hendrik Pott, iniciou já as acções de divulgação a nível nacional com a realização da primeira "mostra" em Maputo, nos dias 7 e 8 do corrente mês.

O certame decorreu no Café Sol, situado no moderno bairro da Sommesrchiel II e nele tive o prazer de participar a convite do seu promotor. Foram dois dias aliciantes a colaborar na divulgação do famoso Parque da Gorongosa!

E porque foram muitas as pessoas interessadas em conhecer a sua história, o prazer que senti foi redobrado por poder satisfazer a sua curiosidade.

O ponto alto desta "mostra" decorreu na tarde de domingo, já com a presença do Engº Bernardo Jofrisse, membro do Comité de supervisão do projecto de restauração do Parque, quando foram sorteados três alojamentos no Chitengo entre os presentes no certame.

Foi particularmente consolador verificar o grande interesse que esta "mostra" despertou em muitos casais jovens da capital, que ali compareceram e manifestaram o desejo de conhecer aquele que em tempos (décadas de 50, 60 e 70) foi considerado o mais belo santuário de fauna bravia em África e também a sala de visitas de Moçambique, agora já no bom caminho para a sua integral recuperação!

Foi um enorme prazer voltar a colaborar directamente com o Parque, um dos locais de trabalho de eleição durante a minha carreira de fiscal de caça. Por isso, estou muito grato ao querido amigo Hendrik - o gentleman do Chitengo -, que segue as peugadas de seu saudoso pai, o velho Hendrik Pott, que conheci nos velhos tempos de Inhambane e muito admirei pela sua exemplar acção como conservador e estudioso da fauna bravia, chegando a criar uma reserva de caça na região de Panda onde domesticou alguns animais para locomoção de alfaias agrícolas e carroças, nomeadamente búfalos, elandes e zebras.

Força Gorongosa!



REPORTAGEM FOTOGRÁFICA



O modelar café Sol, no bairro da Sommershield II,
onde a "mostra" se realizou

Hendrik e Celestino, preparando os panfletos para distribuição

Preparando o material audio-visual

Uma pose junto do monitor quando passava um dos filmes em que participou o presidente da Fundação Carr - Greg Carr

No exterior do café após a colocação dos cartazes e fotos
O Hendrik anuncia o primeiro vencedor do sorteio de três estadias no Chitengo


Uma foto com o primeiro casal vencedor do sorteio

Com o Engº Bernardo Jofrisse, membro do Comité de Supervisão do Projecto de Restauração do Parque

A simpática chefe do staff do café Sol, que deu excelente colaboração na realização da "mostra"

Vários amigos compareceram na "mostra". Aqui com o mano Ilídio!


Com o Victor Hugo, um beirense de gema!

O João Leão, um xai-xaiense dos sete costados, cujo avô, o Manuel Mendes, foi o primeiro comerciante branco a radicar-se no Xai-Xai, em 1892!



Saudações amigas, aqui da Beira do Índico


Maputo, Março de 2009


Celestino Gonçalves



NOTA FINAL: Por razões óbvias, não foram tiradas fotografias do aglomerado de assistentes ao certame, frequentadores habituais do Café Sol e outros, que ali acorreram para se inteirar da evolução do processo de restauração do Parque!

26 February 2009

51 - CARTAS DA BEIRA DO ÍNDICO



CARTAS DA BEIRA DO INDICO


(12)

FÉRIAS EM MOÇAMBIQUE


(2008/20009)




COMPLEXO TURÍSTICO DE TECHOBANINE -
UM SONHO EM VIAS DE REALIDADE



As praias moçambicanas, devido à sua extraordinária beleza e às maravilhosas águas do Índico, têm sido alvo da cobiça de empresários turísticos estrangeiros (maioria sul-africanos), que tomaram de assalto praticamente toda a costa de quase três mil quilómetros de extensão, assim como as inúmeras ilhas da plataforma continental do território!

À parte alguns complexos de bom e até de alto nível, a maioria, contudo, não passa de modestos acampamentos, cujos investimentos não condizem com a importância dos locais onde estão inseridos, portanto de reduzido peso para a economia do país já que a afluência ali de turistas é muito limitada.

Na região a sul da cidade de Maputo, onde existem das mais belas praias deste país, as concessões sucedem-se umas às outras, desde a Ponta Abril até à Ponta do Ouro. No entanto, só esta última, que é considerada das melhores, tem uma grande frequência de visitantes, nomeadamente sul africanos que ali afluem através da fronteira vizinha porque beneficiam das vias de comunicação do seu território que em nada se comparam com a cada vez mais degradada estrada que liga a capital àquela belíssima estância turística.

Na verdade, o que mais entrava o desenvolvimento desta região, incluindo a própria Reserva de Elefantes de Maputo, é justamente a falta de vias de comunicação condignas, já que as existentes não passam de picadas em muito mau estado onde as próprias viaturas 4x4 transitam com dificuldade.

Entretanto, o projecto de construção da estrada Maputo - Ponta do Ouro – Fronteira, tão badalado há vários anos, continua por realizar, embora seja considerado uma prioridade para o desenvolvimento da região sul do país e a cada passo anunciado para breve.

Mesmo assim, os empresários não desistem e constroem cada vez mais complexos turísticos na região, como é o caso da praia de Techobanine, um pouco a norte da ponta Mamoli, onde um velho amigo meu está envolvido na construção de um belo acampamento que em breve se poderá classificar entre os melhores Lodges de toda a costa.

Manuel Rodrigues, conhecida figura da capital moçambicana, onde nasceu em 1945 e que os seus colegas de escola alcunharam com o epíteto de “Cento e Picos” (uma frase que dizia com alguma frequência para referir a velocidade que atingia com a sua moto), é o concessionário deste maravilhoso recanto que a natureza ainda conserva intacto.

Ele foi um dos príncipes da selva – caçador guia – durante o período colonial, tendo actuado nas duas principais empresas de safaris, - a Safrique e a Moçambique Safarilândia -, onde se notabilizou não só como condutor de safaris de caça, mas também como grande defensor da fauna bravia, devido às suas acções no combate à caça furtiva, desenvolvidas voluntariamente e muitas vezes nos períodos de defeso quando a generalidade dos caçadores guias seus colegas gozava as suas férias na cidade.


Após a independência de Moçambique, em 1975, e devido ao encerramento das actividades cinegéticas no país, este carismático caçador dedicou-se, entre outras coisas, à produção de cravos, em terrenos que possuía na Matola. Tinha, simultaneamente, uma banca no mercado Vasco da Gama (actual bazar central), onde, para além de flores, vendia artesanato de madeiras preciosas e marfim que ele próprio e outros artesãos que trabalhavam sob sua orientação produziam. Contudo, a sua ambição levou-o a outras paragens e antes do fim da década de setenta fixou-se na África do Sul – Durban –, onde em poucos anos se tornou um empresário de sucesso em vários ramos de comércio. (1)

Regressado às suas origens há dois anos, resolveu concretizar aqui um velho sonho, justamente a construção de um complexo turístico numa praia deserta onde a natureza ainda não tivesse sido afectada.

E foi ali, na Ponta Techobanine, que este sonhador (que faz lembrar os velhos e barbudos sertanejos que por essa África afora protagonizaram as mais arrojadas aventuras) encontrou o que há de melhor para o seu projecto: praia excelente e ambiente natural intacto.

Mãos à obra, ali se instalou, primeiro numa tenda com a sua inseparável companheira, a simpática Mina (a grande mulher que está sempre por detrás de um grande homem), já habituada às suas anteriores aventuras na senda de sucessos financeiros, mas agora numa experiência nova que abraçou com o mesmo entusiasmo com que sempre o ajudou a fazer fortuna nas actividades comerciais na África do Sul.

Na véspera do feriado nacional 3 de Fevereiro, um telefonema da minha querida amiga Paula Pereira (Nocas), esposa de outro grande amigo, o bem conhecido caçador submarino e pescador, José Rosado (Zé Pescador), convidava-me para ir a Techobanine onde iria no dia seguinte para recolher o marido, que ali se encontrava em trabalhos da sua actividade de investigador das espécies de moluscos.

Naturalmente que não perdi essa excelente oportunidade de ir visitar o velho amigo e de conhecer a sua obra, cujo projecto ele me mostrara com grande entusiasmo durante as minhas férias de 2004/2005.

Quatro horas da manhã e estávamos de partida para uma viagem que, não sendo longa para os parâmetros africanos (cerca de 200 Km via Matola, Boane, Porto Henrique, Matutuine, Reserva do Maputo e Zitundo), foi demorada e desgastante face ao mau piso da estrada, nomeadamente nos últimos 50Km do percurso.


Pelas 9,30 da manhã lá chegamos e não sendo surpresa para mim a beleza da região e até do local, pois que durante a minha actividade profissional percorri todos estes recantos, sobretudo quando fiscalizava a área da Reserva do Maputo, não deixei de ficar admirado pelo estado de conservação da floresta, sabendo que até bem perto dali a acção dos negociantes de lenha e carvão foi bem cruel na destruição implacável de tudo o que era material lenhoso!

Sei bem que este milagre de conservação se deve à vigilância dos guardas da Reserva, que ali ao lado é administrada com grande rigor e com resultados surpreendentes na recuperação da sua fauna, nomeadamente dos elefantes.

Abismado fiquei foi com a qualidade e grandeza das construções do complexo, onde a madeira e o cimento se fundem e bem se enquadram no ambiente da maravilhosa floresta que cobre praticamente toda a faixa costeira desta região!



Nenhuma empresa construtora ou simples mestre de obras ali foram envolvidos. Tudo foi e continua a ser feito sob a batuta deste arquitecto ad-hoc, também ele autor do projecto das confortáveis casas, piscina e do grandioso pavilhão multi-usos que à distância faz lembrar um navio em construção envolvido numa complicada teia de andaimes de madeira tratada!

Ele e esposa, com mais cerca de quarenta moçambicanos, trabalham ali afincadamente há cerca de dois anos a esta parte e espera que dentro de seis meses o complexo fique concluído.

Para quem conhece o Manuel Rodrigues, o seu dinamismo, a sua formação na área industrial e pintura, o gosto pela escultura e artes decorativas, o seu apurado sentido conservacionista e as suas tendências para tudo o que é diferente (alguns lhe chamam de louco), até compreende que se tenha envolvido em semelhante projecto, que diz ser diferente de tudo o que se tem feito no país!

De facto, não conheço obra semelhante, que no dizer do Manel não vai ficar por ali, pois a seguir vai erguer novo complexo na concessão contígua de mais de vinte hectares que o governo provincial lhe concedeu recentemente, do qual faz parte um conjunto de vinte bungalows, campo de golfe, piscina, etc., projecto este que já se encontra em fase de aprovação. Quando concluído, será explorado em regime de TimeSharing, uma modalidade muito em voga na vizinha África do Sul e que em Moçambique parece ter despertado já a atenção dos empresários da área do turismo.

O dia passado em Techobanine não deu para ver tudo. Mas o Manel não desperdiçou tempo e levou-me a ver as obras em curso e os locais onde pretende implantar o próximo complexo. Foi incansável na descrição de tudo o que já fez e o que pretende realizar, satisfazendo assim a minha curiosidade, inclusivamente quanto ao objectivo das construções (casas) enormes, tipo mansão, que não são muito comuns em Moçambique, mas que actualmente são muito procuradas pelos promotores turísticos para albergar famílias grandes ou grupos de amigos que gostam de passar férias juntos, com grande comodidade e segurança.

Deu ainda para refrescar nas águas do Índico, antes do belo almoço que a Mina entretanto confeccionou e nos serviu na varanda de uma das oito casas do complexo, que serve já de habitação do casal e dos amigos que o visitam!

Fiquei extasiado por tudo o que observei e senti-me feliz por ver a alegria deste homem, que aos 65 anos conserva ainda toda a genica que o conduziu a muitos outros sucessos empresariais e continua a sonhar com mais e mais empreendimentos!

A viagem de regresso, ao fim da tarde, agora na companhia do Zé Pescador (a Nocas viajou noutra viatura na companhia de um amigo francês residente em Maputo – o Pierre -, que ali esteve acampado com dois filhos pequenos), foi ainda mais atribulada, pois que a meio caminho fomos apanhados pelo temporal que viria a atingir a capital e a deixar sem abrigo muitas centenas de famílias, tal a violência dos ventos e a quantidade de chuvas caídas sucessivamente durante a noite e dia seguinte, um autêntico dilúvio que há vários anos não acontecia aqui na região sul do país!

Como muito boa gente desta cidade, também andei de rabo para o ar a tirar água da casa que entrou através das varandas da sala e da cozinha que ficam viradas para a Catembe, de onde vinha a chuva tocada pela forte ventania!


Nesse dia – feriado nacional do 3 de Fevereiro em memória de Eduardo Mondlane -, o termómetro atingiu 43 graus à sombra na cidade de Maputo!

Isto é África, meus amigos!





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(1) – Com a devida vénia, reproduzo aqui a reportagem com o título “KALAHARI - GEMS & CURIOS”, feita em 1982 em Durban e publicada no livro “Portugal no Mundo”, de Carlos Bártolo (edição de 1985), onde foram realçados os sucessos empresariais do Manuel Rodrigues na África do Sul.

A propósito desta mesma reportagem, o Manel segredou-nos: Nessa altura já estava muito bem financeiramente, mas nos anos seguintes ganhei muito dinheiro!








REPORTAGEM FOTOGRÁFICA








Praia e Ponta Techobanine




Outro aspecto da praia, lado norte





As dunas bem revestidas de vegetação





Comendo uma bucha na praia!





Dando um volta pela concessão


Descendo a caminho da praia



O Rodrigues mostrando pegadas recentes de elefantes
que atravessaram a sua concessão



Uma águia guia marcial perto do acampamento


Uma pose na floresta



O acampamento já tem coqueiros vindos do norte


Uma das casas em construção em Techomanine


Uma pose com os anfitriões nas escadas de uma das casas já construídas



Outra residência em construção


Residência em fase de acabamentos





Saudações amigas, aqui da beira do Índico!

Maputo, Fevereiro de 2009

Celestino Gonçalves