13 August 2015

159 - A MINHA HOMENAGEM A ADELINO SERRAS PIRES



 A MINHA HOMENAGEM
AO GRANDE AMIGO ADELINO SERRAS PIRES, QUE ACABA DE NOS  DEIXAR FISICAMENTE MAS QUE PERMANECERÁ SEMPRE   PRESENTE ENTRE NÓS

O Álbum de Recordações que se segue faz parte de uma série de pequenas biografias dos principais Caçadores Guias  do período pré independência de Moçambique, que escrevi há mais de dez anos e publiquei no meu primeiro site "Fauna Bravia, Caça e Caçadores de Moçambique" no início da década passada. Posteriormente e dado que o servidor desse site - o Geocities - deixou de funcionar em 2008, criei em sua substituição um blogue com o mesmo título, que ainda mantenho e onde repus todos esses  Álbuns, que agora andam perdidos nos fundos das muitas dezenas de postagens que se seguiram a longo dos anos.
A colocação, agora, deste Álbum no blogue oficial do Grupo de Amigos da Gorongosa e, também, republicado no meu blogue pessoal, visa recordar o que sobre o ADELINO SERRAS PIRES escrevi. Isto porque considero que tudo o que se disser acerca  deste grande Homem e grande Profissional, é sempre pouco. 
Esta é a minha singela Homenagem ao grande amigo Adelino, que tantas saudades deixa e cuja memória venero e conservarei para sempre!




ÁLBUM DE RECORDAÇÕES
(12)

ADELINO SERRAS PIRES
(Caçador,  industrial de turismo e promotor de Safaris)



Aos 75 anos, um semblante marcado por muitas desilusões!

UMA VIDA LIGADA AO TURISMO CINEGÉTICO

Adelino Serras Pires foi provavelmente dos caçadores  mais polémicos que conheci em Moçambique!
Senhor de uma personalidade invulgar, o seu  relacionamento com as pessoas  funcionava em função dos pontos de vista que cada um defendia. Ele era ( e ainda é), um homem frontal e cheio de convicções. Exigia de si próprio e dos seus subordinados grande disciplina e rigor no trabalho, criticando sempre aqueles que não cumpriam estes parâmetros. Discordar dos seus pontos de vista era, à partida, um desafio ao desentendimento e isso afastou muita gente do seu caminho, incluindo alguns colegas de profissão.
Também não era fácil o seu relacionamento com as autoridades coloniais, que criticava com frequência a propósito de abusos de poder, favorecimentos e outras injustiças sociais. Isso causava-lhe, como se calcula, muitos dissabores.

Tornou-se muito conhecido não só no mundo da caça como no meio comercial e turístico da região centro de Moçambique. Esteve ligado, entre outras actividades, à empresa familiar que se dedicava ao comércio e agricultura nas regiões de Tete e Guro; era sócio de uma Agência de Turismo na cidade da Beira, que foi uma das pioneiras da indústria do turismo cinegético em Moçambique como concessionária de uma coutada oficial e tinha também a concessão hoteleira do Parque Nacional da Gorongosa. Em meados da década de 60 atingiu o seu ponto alto na indústria dos safaris de caça fazendo parte da direcção técnica e da própria administração da Sociedade de Safaris de Moçambique (SAFRIQUE), cargo que exerceu até fins de 1973, altura em que esta empresa decidiu encerrar as suas coutadas devido à acção das guerrilhas. Em 1974 dirigiu os safaris da Moçambique Safarilândia, outra conceituada empresa do turismo cinegético em Moçambique que tinha a concessão da Coutada oficial nº 5 e do Parque Nacional do Zinave, junto das margens do rio Save.

Ele lutou denodadamente pela reactivação das coutadas de Manica e Sofala, após o 25 de Abril de 1974, conseguindo acordos com os comandantes locais da Frelimo (Frente de Libertação de Moçambique), mas a política imposta pelos novos governantes relativamente à caça não permitiram continuar os safaris em Moçambique.

Conheci este homem no início da época de caça de 1963, quando fui designado para supervisionar o safari oficial dos Marqueses de Villaverde, de Espanha, que foram a Moçambique como convidados do Presidente da República Portuguesa. Este safari decorreu nas Coutadas de Manica e Sofala e teve início na Coutada 9 que estava concessionada precisamente à Agência de Turismo da Beira, de que o Adelino era sócio gerente. Esta Coutada situa-se na região do Guro, a cerca de 450 quilómetros da Beira, onde a família Serras Pires possuía uma quinta agrícola e lojas comerciais.

O Adelino e o José Simões (Simões Safaris) foram os organizadores do safari e guias principais dos quatro elementos da comitiva dos Marqueses, secundados por outros caçadores guias, nomeadamente Carlos Costa Neves, Luís Santos, Mariano Ferreira,  Francisco Coimbra e Victor Cabral. O safari foi um sucesso e teve cobertura jornalística especial, sendo por isso muito divulgado no estrangeiro, sobretudo em Espanha.



No final do safari dos Marqueses, em 1963, no acampamento de Kanga N'Thole (Coutada 1) os convidados e colaboradores posando junto dos troféus. Da esquerda para a direita: o autor desta página, José Simões (da Simões Safaris), Marqueses de Villaverde, Loli Aznar, Adelino Serras Pires, Luis Santos e três trabalhadores segurando peles.
(Foto do jornalista Adérito Lopes)

Os Marqueses de Villaverde e seus acompanhantes (o financeiro Eduardo Aznar e esposa Loli ),  voltaram no ano seguinte para novo safari. O Adelino foi novamente um dos guias principais, repetindo-se o sucesso do ano anterior. Fomos de novo companheiros nesta missão e entre nós ficou uma amizade bem sólida!
 O sucesso destes safaris, aliado a outros igualmente bem sucedidos noutras coutadas de Manica e Sofala, Inhambane e Gaza, em que participaram individualidades da alta finança, escritores, artistas de cinema e outros famosos coleccionadores de troféus, foi  rapidamente conhecido praticamente em todo o mundo. Moçambique passou, em consequência disso, a ser procurado por muitos caçadores turistas, nomeadamente de Espanha e dos Estados Unidos da América. A partir daí os calendários dos promotores de safaris passaram a estar preenchidos, com reservas de um e mais anos de antecedência!


Com Stuart Roosa, comandante da Apollo 14, junto de uma palapala, abatida na coutada 6.
(Foto extraída do Livro "Ventos de Destruição")

As Coutadas de Manica e Sofala, que na altura tinham excelentes condições quanto a quantidade e diversidade de animais, não possuíam, contudo, infra-estruturas capazes de receber a avalanche de clientes que após os safaris dos Villaverdes procuraram Moçambique. Os seus concessionários  também não estavam capitalizados para melhorar a indústria de safaris.
Felizmente que, em 1964, no auge da euforia que a indústria dos safaris atravessava, o Banco Nacional Ultramarino (Banco emissor de Moçambique), criou a empresa SAFRIQUE, congregando a maioria das coutadas de Manica e Sofala e seus concessionários. Em boa hora esta iniciativa surgiu porque foi dada uma nova dinâmica a esta indústria. Fizeram-se avultados investimentos na construção e apetrechamento de acampamentos nas 9 coutadas concessionadas à empresa, abertura de picadas e campos de aviação, remodelação da frota de viaturas, instalação de uma eficiente rede de rádios transmissores receptores, assim como outros melhoramentos. Com estas melhorias e dotada de excelentes profissionais, quer na direcção quer ao nível dos caçadores guias, o fluxo de turistas caçadores às coutadas da Safrique aumentou de tal forma que a empresa se deu ao luxo de seleccionar os seus clientes, aumentar os custos dos safaris e estabelecer períodos de duração mínima obrigatória dos mesmos, mais favoráveis financeiramente.

O Adelino (à direita), preparando-se para conduzir um safari com convidados da Safrique nas coutadas de Marromeu, em 1973, utilizando um tractor anfíbio que proporcionava  excelente movimentação nos terrenos alagados das planícies daquela região costeira de Moçambique.
 (Foto do autor desta página)

O Adelino Serras Pires, que resistira inicialmente à participação neste projecto, acabaria por se associar e fazer parte dos quadros superiores da Safrique. Para além de técnico responsável pela organização e supervisão dos safaris, ele foi o embaixador itinerante da empresa em todo o mundo, divulgando o potencial faunístico das suas concessões de caça e promovendo os safaris. Contribuiu assim, para o extraordinário sucesso da Safrique, que foi considerada nas décadas de 60 e 70 a maior e mais bem organizada empresa de safaris de caça em África!



O emblema dourado da SAFRIQUE, que os funcionários da empresa ostentavam com orgulho.


A mudança política ocorrida em Moçambique, em 1975, com a sua independência, levaria ao fim dos safaris, entretanto já afectados desde 1970 pela acção da guerrilha dos nacionalistas da Frelimo (Frente de Libertação  de Moçambique). O Adelino e a maioria dos caçadores guias tiveram que abandonar o país  e demandaram  outros países africanos onde continuaram a sua actividade. Começou  por Angola e durante cerca de dez anos deambulou por outros países potenciais detentores de animais selvagens de interesse para os coleccionadores de troféus e amantes da caça, nomeadamente, Rodésia (actual Zimbabwe), África do Sul, Quénia, República Centro Africana, Sudão, Zaire e Tanzânia. Foram dez anos de constantes sobressaltos, saltando de país em país sempre que a instabilidade política local, ou outros factores, a isso obrigava.



A fuga de Angola
(Foto extraída do Livro "Ventos de Destruição")

Durante cerca de 25 anos ligado à indústria dos safaris conheceu e caçou nos melhores locais de caça do continente africano e foi anfitrião e guia de caça de grandes figuras, como Presidentes de República, Astronautas, Aristocratas, Financeiros, Políticos, Artistas e Escritores famosos. Foram anos de uma vida plena de emoções e muito gratificante pelas amizades que fez e que lhe proporcionaram, ao longo da sua vida, viagens e estadias nos lugares mais sofisticados do  mundo.
Apesar de estar desligado dos safaris há vários anos, o Adelino continua a participar com regularidade nas convenções anuais de caça promovidas pelas prestigiosas organizações, International Safari Club, Dallas Safari Club, Houston Safari Club e International Professional Hunters Association, de que é membro, mantendo-se assim em permanente contacto com o mundo da caça  e com os seus amigos e operadores de safaris de caça de todo o mundo.



Com o seu particular amigo Valery Giscard D'Estaing, em 1976, no Parque Nacional de Chambord, em França.
  (Foto extraída do Livro "Ventos de Destruição")

Naturalmente que viveu também momentos atribulados e arriscou muitas vezes a sua própria vida devido às mil e uma situações inesperadas que acontecem no dia a dia do mato africano e na caça. As próprias guerras internas decorrentes nos países africanos por onde andou, incluindo Moçambique,  arrastaram-no, por vezes, voluntária ou involuntáriamente, para situações críticas que lhe causaram muitos sofrimentos, frustrações e avultados prejuízos. Não esquece também perseguições e espoliações engendradas por certos concorrentes  desonestos, que movidos pela inveja e pela ganância o atraiçoaram e prejudicaram quando estava no top dos safaris e em certas posições conseguidas à custa de muito trabalho e dinheiro.


Mas o maior drama da sua vida estava reservado para Moçambique, a sua terra de coração, com a conivência das autoridades da Tanzânia. Em fins de Agosto de 1984, poucos dias depois de ter terminado um bem sucedido  safari naquele país da África Oriental, com o seu amigo e ex-Presidente de França, Giscard D'Estaing e família, foi detido por agentes dos serviços secretos tanzanianos, juntamente com seu filho Adelino Serras Pires Júnior (Tim-Tim), seu sobrinho Carlos Artur (Caju) e Rui Monteiro, também parente da família Serras Pires, que igualmente se encontravam a conduzir safaris no mesmo país. Foram  enviados para a capital de Moçambique, amarrados de pés e mãos e de olhos vendados. Ali foram encarcerados em celas separadas e mantidos sob permanentes interrogatórios e sevícias durante quase cinco meses, sob a acusação infundada de serem inimigos do povo moçambicano e estarem na Tanzânia a preparar um golpe para derrubar o governo de Moçambique em conluio com a Renamo (Resistência Nacional Moçambicana), com a  CIA, com os "terroristas de Lisboa" e com Giscard D'Estaing.

Velhas contas que a Frelimo tinha com o Adelino desde os tempos em que ele enfrentou e repeliu os seus guerrilheiros quando estes atacavam os acampamentos de caça da Safrique!

O Livro "Ventos de Destruição", que o Adelino escreveu recentemente com a escritora Fiona Capstick, relata em pormenor esta aterradora história, cujo epílogo foi a devolução dos prisioneiros à liberdade depois de cerrada e permanente  intervenção de algumas individualidades, governos e organizações internacionais, com destaque para o General Ramalho Eanes (na altura Presidente de Portugal),  de Valery Giscard D'Estaing, da Cruz Vermelha Internacional, do Crescente Vermelho, da Amnistia Internacional, da International Hunting and Game Conservation, do Gabinete do Rei de Espanha, da Família Aznar, etc, etc,.
 Foi um capítulo doloroso de uma longa vida cheia de aventuras, paixões, emoções e também de muito amor a Moçambique.




Uma obra que apesar  da singela apresentação como "Memórias e aventuras de caça em Moçambique",
 ela é, para além disso, um documento histórico de relevante importância.....


Os contactos que tive com este homem, quer durante os safaris dos Villaverdes em 1963 e 1964, quer ao longo dos anos que se seguiram e que culminaram com a mudança política em Moçambique, em 1975, ajudaram a conhecê-lo com alguma propriedade. Era um caçador discreto e bem organizado, nunca fazendo alarde dos seus feitos mesmo quando os seus clientes obtinham troféus  raros ou abatiam animais de difícil aproximação e abate, nomeadamente búfalos, elefantes, leões e leopardos. Conhecia bem o mato e os animais selvagens, fruto de uma vida familiar ligada ao interior onde as caçadas eram o passatempo preferido e por vezes obrigatório quando se tratava de abater animais perigosos que atacavam as populações rurais. Ele iniciou as suas lides venatórias quando tinha apenas oito anos de idade acompanhando seu pai e um tio a uma caçada a leões devoradores de pessoas, perto de Tete, caçada essa que culminou com o abate de cinco destes felinos e a captura de duas crias. Depois dessa perigosa e emotiva experiência, que se encontra narrada no livro "Ventos de Destruição",  seguiram-se outras  idênticas e depressa se tornou um apaixonado pela caça. Escreveu, no mesmo livro, a propósito da sua iniciação nas lides venatórias, o seguinte:

Foi ainda antes da adolescência que entrei numa fantástica espiral de
aprendizagem com o meu pai a respeito do mato africano, da caça, das 
armas de fogo e da vida selvagem em geral. 
 ................................................................................................................... 
O meu pai ensinou-me praticamente tudo o que sei a respeito da vida e do 
mato africano. Houve três coisas, muito em particular, que ficaram 
gravadas na minha memória e que constituem preceitos
aplicáveis à vida em geral: defende o teu terreno; nunca vires
as costas; enfrenta o perigo! Para além disso, também me
instilou um amor selvagem por África, amor esse que
alimentou uma subsequente e nunca minorada fúria
perante os ultrajes que a minha geração iria acabar por sofrer.
(Pág.s 34 e 35)

 Para além dos conhecimentos de caça, da vida selvagem e do mato africano, o Adelino reunia ainda um conjunto de condições que o creditavam como um dos guias de caça turística melhor preparados em Moçambique. Falavafluentemente duas das línguas estrangeiras mais utilizadas pelos clientes (inglês e espanhol); falava o Afrikanse (uma das duas línguas oficiais da África do Sul, o que lhe permitia entender-se com algum desembaraço com alemães, belgas e holandeses uma vez que as respectivas línguas têm muito de comum); dominava as duas principais línguas nativas da região de Manica e Sofala e Tete (chissena e chinyungwe); era dotado de uma excelente compleição física ( mais de um metro e oitenta de altura), bem musculada e equilibrada em peso; tinha muita prática de enfermagem e conhecia as principais doenças tropicais; Era um excelente mecânico auto; cozinhava óptimos pitéus à base de produtos da caça; tinha uma cultura geral acima da média, fruto da sua formação em escolas inglesas de renome, na antiga Rodésia (actual Zimbabwe) onde completou o curso secundário de Cambridge. Para além da formação académica, recebeu também preparação militar graduada com o nível de sargento-cadete e praticou uma vasta gama de actividades desportivas, nomeadamente, boxe, ténis, futebol, râguebi, críquete, polo aquático e hóquei em campo.

Escreveu a propósito da sua vida de estudante, o seguinte:

Muito francamente, estava farto da vida académica e aquela viragem
nos acontecimentos reforçou o meu desejo de voltar a Moçambique,
o meu primeiro amor. As suas terras bravias, a espantosa vida animal, as
belas praias, o povo hospitaleiro, e uma atmosfera de tolerância geral e de
harmonia tinham há muito escravizado a minha alma 
Queria voltar para casa.
(Pág. 45 do Livro "Ventos de Destruição")


Moçambique era, de facto,  a sua terra de coração. Para ali fora com apenas oito anos de idade e toda a sua família  criara  raízes muito fortes naquele território. Seu pai, fora para aquela colónia portuguesa em 1933, fixando-se primeiro em Tete e depois no Guro onde construiu e dirigiu uma vasta rede de lojas de comércio e uma quinta agrícola de grandes dimensões.

Foi na quinta do Guro que conheci o patriarca Serras Pires, no já longínquo ano de 1963. Ele e sua esposa, a "indomável" Dona Maria, logo me "perfilharam" e na sua casa tive sempre, ao longo dos anos que trabalhei na Província de Manica e Sofala, um lugar à mesa e um quarto para pernoitar. Era um regalo fazer uma pausa naquele oásis recheado de todas as comodidades, depois das cansativas  viagens que fazia na região e consolava-me conversar com os simpáticos anfitriões, sempre dispostos a prolongadas cavaqueiras. Aliás, era prática corrente desta  simpática e hospitaleira família receber na sua casa quem passava pelo Guro, uma povoação situada no caminho para Tete e muito longe dos meios desenvolvidos!

Tenho esperança de voltar àquelas longínquas paragens e visitar o local onde o saudoso pai Serras Pires se encontra sepultado, por vontade própria manifestada em vida. Ele levou-me um dia a visitar esse local, situado num ponto elevado, com árvores frondosas por si plantadas e não longe da residência.  Dali se vislumbrava a imensidão e beleza da quinta com as belas montanhas recortando o horizonte. Explicou-me que fora nesse preciso local onde acampou pela primeira vez quando foi escolher o lugar para criar a sua quinta. Viria depois a elegê-lo como o ponto sagrado onde um dia gostaria de ser sepultado.
Os filhos cumpriram e só lamentam  terem sido impedidos de dar seguimento à grande obra do seu progenitor. Viram-se forçados a sair de Moçambique e perderam todo aquele império comercial e agrícola que era o baluarte da família.
Só muito recentemente, volvidos mais de 25 anos, o Adelino pôde visitar aquele local sagrado da família, sujeitando-se ao choque e à profunda tristeza que o desolador cenário lhe provocou: tudo literalmente destruído! Os edifícios comerciais e agrícolas e a bela mansão da quinta foram reduzidos a escombros durante esses 25 anos. A propriedade voltou a ser o mato selvagem de outrora e a campa rasa do velho patriarca sofreu também do abandono e do vandalismo!




José Serras Pires em 1937, junto de uma leoa devoradora de homens, abatida perto de Tete.
(Foto extraída do Livro "Ventos de Destruição")



UMA HOMENAGEM MERECIDA

A propósito da publicação do seu já famoso livro "Ventos de Destruição", cujo lançamento da versão em inglês ocorreu nos USA em 2001 e da versão em Português, em Lisboa, em 2002, um grupo de amigos homenageou em 27 de Setembro último os seus autores, o Adelino e sua companheira Fiona Capstick, que vivem na África do Sul e estiveram recentemente em Portugal de visita a seus familiares. Mais de meia centena de pessoas reuniram-se com os homenageados num almoço, em Lisboa, testemunhando-lhes o seu apreço pela obra em causa. Muitas outras pessoas enviaram mensagens associando-se à homenagem.



O simpático casal Fiona e Adelino no dia da homenagem em Lisboa.

A esse grupo de amigos se juntou o autor deste Álbum, que assim teve a oportunidade de rever um velho amigo e de conhecer a simpática Fiona! A ambos reafirmei o que já escrevera a propósito do seu Livro: uma obra que apesar da singela apresentação como "Memórias e aventuras de caça em Moçambique", ela é, para além disso, um documento histórico de relevante importância, no que à caça e à indústria dos safaris diz respeito, pois aborda com genuína lucidez e autenticidade o nascimento e a morte da indústria dos safaris de caça em Moçambique da época colonial. Dá-nos a conhecer, também, o que se passava noutros países africanos que connosco competiam nesta indústria e fica-nos (a nós e a todos que tinham essa convicção) a consoladora certeza de que não estávamos enganados quando afirmávamos que Moçambique tinha as melhores condições de toda a África para oferecer os melhores safaris do continente.
Infelizmente os ventos de destruição mataram essas convicções e só temos que lamentar os nossos irmãos moçambicanos das gerações presentes e futuras, que não tiveram nem terão o privilégio de conhecer o rico património que era a fauna selvagem, que enchia as matas, as savanas, os rios, os lagos, as planícies e as montanhas de norte a sul do seu país e que se tivesse sido preservado, como nós o fizemos, seria uma grande fonte de divisas para o Estado e um potencial celeiro de proteínas para o povo.

Mas também reafirmei ao Adelino quanto apreciei a justeza das suas afirmações e condenações sobre o processo de descolonização (ele e nós nunca estivemos contra a descolonização, simplesmente condenamos a forma como foi feita e conduzida pela parte portuguesa) e os males que daí resultaram não só para os portugueses como para os próprios moçambicanos. Aliás, esta posição foi tomada de uma forma geral por todos os amigos presentes, que muito compreensivelmente pouparam o homenageado a recordações funestas sobre a forçada odisseia por ele vivida e sofrida, juntamente com três seus  familiares, durante o cativeiro na Tanzânia e nas masmorras da Machava, em meados da década de 80.

O Livro "Ventos de Destruição" (que também é um grito de revolta de um dos mais inconformados espoliados das ex-colónias portuguesas em África), é o primeiro documento consertado e fiel sobre o turismo cinegético em Moçambique da época colonial, pelo que fará parte dos anais da história da fauna bravia, caça e caçadores de Moçambique, que a seu tempo terá de ser feita em profundidade e para a qual vamos dando a nossa modesta contribuição nesta página.

O Adelino e a Fiona estão de parabéns pois fazem já parte dessa história!



O autor desta página com o Adelino e a simpática Mamã Teresa,  proprietária do Restaurante
onde se efectuou o almoço de homenagem no dia 27 de Setembro último. 

Sirvo-me das palavras finais do Adelino no seu Livro para encerrar estas notas, pois elas são muito gratificantes para a memória de todos aqueles que tiveram o privilégio de viver os tempos áureos do nosso querido Moçambique!

Agora que estou a chegar ao fim da  picada, depois
de uma vida cheia e aventurosa, compreendo com
mais clareza que foi a minha geração, sem
qualquer dúvida, que experimentou o melhor de
África e da sua incomparável vida selvagem!
(Pág. 317)

Marrabenta, Outubro de 2003
Celestino Gonçalves

       
     

FONTES:
              a)- Memória e apontamentos do autor;
              b)- Livro "Ventos de Destruição"


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SEGUE-SE  A  CARTA PUBLICADA NO  "AFRICAN INDABA", DA AUTORIA DE UM AMIGO PRÓXIMO DO ADELINO SERRAS PIRES, QUE A SEGUIR REPRODUZO SEM ALTERAR A TRADUÇÃO RECEBIDA

PARA QUEM FOI AMIGO DO ADELINO OU APENAS PARA QUEM O CONHECEU!...

Farewell to Adelino Serras Pires in AFRICAN INDABA

INDABA AFRICANO »GERAL notícias da África» ADELINO SERRAS PIRES 1928-2015 
 Setembro de 2015, VOLUME 13-4


 Adelino Serras Pires, um dos grandes nomes da caça Africano safari nos deixou. Ele morreu em Pretória em 10 de Agosto de 2015, quase 87 anos de idade. Ele foi um dos primeiros pioneiros vigorosos, ao longo dos anos 1950 e 1960 até o início dos anos 1970 no desenvolvimento de eco-turismo da Gorongosa Game Reserve em Moçambique. Ele foi um dos primeiros a trazer turistas estrangeiros para o Parque e ele investiu seu tempo e dinheiro no desenvolvimento do campo de Chitengo em 1954. O símbolo do Park - uma cabeça de leão dourado - foi escolhido por Adelino da caça desportiva livro de Marcus Daly (1937) que Adelino recebeu como prêmio em Prince Edward School, em Salisbury, Rodésia do Sul. Esse símbolo continua como a "cara" do Parque até hoje.
 Vol13_4_art14Throughout sua vida Adelino era conhecido por sua humildade e bondade. Sua generosidade não conhecia limites. Ele foi o grande senhor do safari de caça tradicional Africano, tranquilamente falado, muito bem educado e charmoso para o núcleo de sua nobre alma.
 Um homem de integridade translúcido e coragem implacável diante da corrupção e covardia, Adelino sofreu muito em sua vida por causa de suas convicções inabaláveis ​​sobre o que era certo eo que era errado.
 Nascido em Ponte de Sor em Portugal, Adelino chegou como uma proposta de 8 anos de idade no porto da Beira, na costa de Moçambique. Algumas semanas mais tarde, seu pai o levou a perseguir um grupo de leões comedores de homens; esse rito de passagem selado o destino de Adelino: ele iria caçar para viver e viver para a aventura.
 E uma vida de aventuras que ele tinha de fato - como um jovem rapaz que conheceu John "Pondoro" Taylor em 1940 na frente de um bar famoso em Tete, no rio Zambeze. Depois de se matricular em Prince Edward High School, em Salisbury (atual Harare) Adelino voltou a Tete em 1947 e assumiu um trabalho de prospecção com Goldfields.
 A fazenda da família Serras em Guro, na área do que mais tarde ficou conhecido como Coutada 9, foi a área central de onde Adelino começou a organizar safaris de caça em Moçambique.Em 1959 Adelino foi para a América para promover o turismo e caça em seu país. Este reuniu-se com pouco sucesso inicialmente, mas, em sua viagem de volta, ele parou em Espanha e conheceu Max Borrell. Os primeiros safaris foram planejadas e Adelino nunca olhou para trás. Como a força de marketing internacional de Safrique, Adelino ajudou a impulsionar a empresa para o equipamento maior e mais bem organizada para a caça safaris em África, no final da década de 1960.
 Adelino andou e caçado o deserto Africano em Moçambique, Sudão, Angola, Zaire, Tanzânia, Rodésia, África do Sul e Central Africano República com a realeza europeia e da aristocracia, os presidentes estaduais, generais americanos, os astronautas e os empresários, os vencedores Weatherby Award e, na verdade caçadores de todos os caminhada da vida.
 Junto com seu amigo, alma gêmea e amada esposa, Fiona Claire Capstick, Adelino escreveu uma vida de aventuras no livro Ventos monumentais de Havoc: A Memoir of Adventure e Destruição em África mais profunda em um retrato comovente de uma vida e do tempo que já não existem mais para sempre. Eles descrevem não só da infância e da caça, mas também a forma como as forças de revoltas africanas pós-coloniais apanhados.Adelino, seu filho, seu sobrinho e um companheiro caçador foram sequestrados na Tanzânia e entregue à polícia secreta em controlado por Frelimo de Moçambique. Em detalhe de arrepiar os cabelos, Adelino relata meses de tortura e interrogatório, que quase lhe custou a vida, e as circunstâncias traiçoeiras que ele desembarcou naquele inferno. No entanto, apesar de suportar o sofrimento inimaginável, este homem de vontade férrea se recusou a desistir de seu amor feroz ainda crítico para a África, os africanos e vida selvagem Africano. Este pioneiro cavalheiro realmente viveu entre dois fogos, e lutou estragos.
 Apenas um par de meses antes de sua morte, Fiona e Adelino veio para um almoço prolongado em nossa casa em Rivonia. Seu espírito guerreiro vivo e espumantes como sempre, Adelino falou sobre a caça ea conservação. Sua convicção implacável e determinado que a caça bem regulado pode contribuir imensamente para a conservação da vida selvagem Africano permeou a conversa. Quando nos despedimos com o abraço tradicional Português Eu não tinha idéia que era um último adeus a este ícone de caça Africano e um amigo com quem eu infelizmente nunca compartilhou uma fogueira no meio do mato.
 José Flávio Taveira Pimentel Teixeira from the Eduardo Mondlane University in Maputo and columnist in ‘Canal de Moçambique’ wrote a fitting farewell to Adelino on August 11th:
 Morreu-me hoje um grande amigo. Homem grande de coragem e integridade feito. Envolto em polémicas e controvérsias assim as confrontou – sem medo e seguro das escolhas que fez, mesmo em desagrado da maioria.
 Morreu hoje um caçador apaixonado, para quem a ética da caça era ainda um valor a respeitar. Conhecia o mato como ninguém e com ele aprendi que aparentes opostos de podem casar num homem com rectidão.
 Morreu-me hoje um amigo com quem nem sempre concordei, mas que sempre admirei e respeitei. Morreu-me. Deixou-me as memórias dos momentos comuns e a lembrança da amizade que nos uniu.
 Morreu-me hoje um amigo.
 Morreu o Adelino Serras Pires.
 Adeus, meu amigo, e boa caça nas terras de caça eternas.


 Autor: Gerhard R Damm

(Fim de transcrição)

Lisboa, 10 de Setembro de 2015
Celestino Gonçalves



13 July 2015

158 - PROCESSO DE QUEIMA DE TROFÉUS PRECIOSOS DE CAÇA EM MOÇAMBIQUE


                RESCALDO DO PROCESSO DE QUEIMA
 DE TROFÉUS PRECIOSOS DE CAÇA EM MOÇAMBIQUE
VISTO POR AMBIENTALISTAS DO PAÍS 
- GRUPO "COMEÇA COM UM PEQUENO PASSO"


O NOSSO VÍDEO! Uma equipa do Começa Com Um Pequeno Passo, em parceria com a Cooperativa Ntumbuluku, acompanhou no terreno durante mais de 24 horas, todo o processo da primeira queima de produtos faunísticos em Moçambique. De dia e de noite, do princípio até ao fim, quando só já havia cinzas, estivemos sempre presentes. As imagens deste vídeo, são o testemunho desse dia. 6 de Julho de 2015, uma data que ficará na história da conservação internacional e nacional. Pela proteção da flora e da fauna bravia em todo o território nacional, A LUTA CONTINUA!
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07 July 2015

157 - QUEIMA DE TROFÉUS DE CAÇA PRECIOSOS EM MOÇAMBIQUE


(Clicar na foto para ver o video)

Com a devida vénia, transcrevemos do conhecido blog "Moçambique para Todos" a notícia sobre queima de troféus de caça preciosos em Moçambique: 


Governo incinera cerca de duas toneladas e meia de produtos de caça furtiva

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PONTASQUEIMADASOntem em Maputo
As autoridades moçambicanas realizaram ontem, na pista de automobilismo da Costa do Sol, a incineração de 2434 kg de marfim (2198 kg em bruto e 615 kg trabalhados) e de 86 peças de corno de rinoceronte (193 kg), carapaças de tartarugas, crânios e chifres de búfalos, utensílios feitos com carapaças de tartarugas, num acto que foi presenciado por diversos representantes do Governo, da Justiça, do Corpo Diplomático, de organizações nacionais e internacionais de protecção do ambiente e da imprensa.
São peças provenientes da caça furtiva nas províncias de Niassa, Cabo Delgado e Tete, no Parque Nacional do Limpopo e no Kruger Park. O acto deverá durar no máximo dois dias. No local, foi montado um dispositivo de segurança, que inclui câmaras de videovigilância, para evitar qualquer extravio das peças ou uma eventual retirada do fogo durante as 48 horas que se prevê que dure a incineração.
O ministro da Terra, Ambiente e Desenvolvimento Rural, Celso Correia, que dirigiu o acto, disse que este surge na sequência de um processo iniciado pelo Governo, que seguiu os procedimentos de oficialização pela PGR, certificação e qualificação das peças.
“Claro que não se trata de uma vitória, porque os animais são importantes com vida. Mas é um sinal que damos à sociedade e ao mundo sobre o grau de tolerância que damos à caça furtiva”, disse o ministro Celso Correia, que apontou a necessidade de transmitir capacidade à população para se envolver no combate ao crime de caça furtiva.


Em declarações ao “Canalmoz”, o encarregado de Negócios da Embaixada dos Estados Unidos da América em Maputo, Mark Cassayre, disse que a incineração dos troféus foi um bom passo. “Aplaudimos o Governo moçambicano por este passo, que demonstra o compromisso de lutar contra a caça furtiva”, disse o diplomata.
Contudo destacou que o mais importante não é apenas lutar contra a caça furtiva, mas que também é preciso defender os residentes nas zonas onde existem os animais selvagens, e que, através da fauna bravia, deveriam beneficiar de várias oportunidades.
Mark Cassayre destacou que no mercado não há um valor legal para o marfim e cornos de rinocerontes apanhados ilegalmente. Afirmou que “infelizmente são as redes criminosas que exploram” a população, e que esta é uma luta a favor da população e contra as redes criminosas.
Afonso Antunes diz que não basta queimar os troféus
Também em declarações ao “Canalmoz”, o procurador Afonso Antunes, assessor da procuradora-geral da República, disse que o acto é uma mensagem para os traficantes em relação à destruição da fauna do país, a qual constitui um elemento muito importante da cultura de todo o povo. Antunes diz que são necessárias medidas preventivas e arrojadas para a prevenção das espécies. “Mas não basta só queimar os troféus e os despojos. A verdade é que os animais já morreram e ficámos mais pobres em termos de património”, afirmou Afonso Antunes, que considera que os traficantes têm vindo a aproveitar-se da pobreza da população.
“Os traficantes estão resguardados, e os que são apanhados são os pobres que abatem os animais”, concluiu. Calcula-se que 48% dos elefantes de Moçambique foram abatidos nos últimos cinco anos. Das peças incineradas, 70% são provenientes da Reserva do Niassa. (Bernardo Álvaro)
CANALMOZ – 07.07.2015
NOTA: Para só falar de pontas de elefante, faltam aqui, segundo noticiaram os jornais, e não no total das apreensões, algumas dezenas de pontas de marfim. Vejamos:
- Nacala 162 em 2013
-Nampula 26 em 2014
-Niassa 12 em 2014(que não incluo, pois estarão na contagem abaixo)
-Maputo 170 em 2015
num total de 358 pontas.
Mas como das 618 pontas incineradas 70% provinham do Niassa, isto é, 432, temos que 618-432=186 (que sobram de outras origens)
Acima, de outras origens, contabilizo 358 pontas. Assim, 358-186=172 (que são as pontas de elefante que, para já e neste simples apanhado, estarão em falta.
Ou estarei enganado? Ou a quem querem enganar?
Fernando Gil
MACUA DE MOÇAMBIQUE

(Fim de citação)

NOTA POSTERIOR
Aconselhamos a ver a reportagem da TV moçambicana STV, neste Link:



24 June 2015

156 - PNG CELEBRA IMPORTANTE ACORDO DE PARCERIA NA ÁREA DA INVESTIGAÇÃO







COMUNICADO DE IMPRENSA PARA DISTRIBUIÇÃO IMEDIATA


 O “Howard Hughes Medical Institute” 
anuncia apoio à educação científica no Parque Nacional da Gorongosa 

Segunda-feira, 22 de Junho de 2015

 O “Howard Hughes Medical Institute” (HHMI) anunciou um apoio para os próximos cinco anos no montante de $2,3 milhões de dólares para actividades educativas e para o desenvolvimento de infra-estruturas do Laboratório de Biodiversidade E.O. Wilson no Parque Nacional da Gorongosa (PNG) em Moçambique. 

O programa será levado a cabo pelo Projecto de Restauração da Gorongosa (PRG), uma organização Americana de carácter filantrópico que nos últimos dez anos tem desenvolvido um esforço extraordinário para restaurar o Parque Nacional da Gorongosa. O PRG tem estado na linha da frente no combate à perda de biodiversidade – um dos temas mais importantes do ponto de vista biológico e ambiental do mundo actual. 

A USAID é um doador e assessor do PRG e o Embaixador dos EUA, Douglas Griffiths, afirmou: “A Gorongosa é um lugar mágico, não apenas enquanto reservatório de biodiversidade, mas também pela confluência de cientistas, ambientalistas e especialistas em desenvolvimento, que trabalham para compreender e melhorar o nível de vida das pessoas que vivem em torno do Parque. Estamos muito satisfeitos que o “Howard Hughes Medical Institute” se esteja a associar a uma das mais produtivas parcerias público-privadas do mundo para a área da conservação. Este apoio irá inspirar uma nova geração de Moçambicanos e cientistas internacionais para explorar os mistérios da vida no nosso planeta.

” O Parque Nacional da Gorongosa e a sua zona tampão abrange cerca de 10.000 quilómetros quadrados no Grande Vale do Rift Africano no centro de Moçambique. Moçambique alcançou a independência de Portugal em 1975, mas a guerra civil que se seguiu teve consequências pesadas para o país e para a Gorongosa. Em 2008, o governo de Moçambique assinou uma parceria público-privada por 20 anos com o PRG, uma organização sem fins lucrativos criada pela Fundação Carr.

 "Os jovens Moçambicanos estão desejosos de estudar ciências da conservação e este apoio da HHMI irá tornar possível a formação de uma geração de Moçambicanos em diversas disciplinas, que depois irão gerir a Gorongosa e outros parques nacionais e reservas em todo o país.", disse Mateus Mutemba, Administrador do PNG. “Este apoio do HHMI será também utilizado para melhorar as capacidades literárias básicas de membros do pessoal do Parque vindos das comunidades vizinhas, bem como na formação de futuros líderes de conservação.


” Douglas Griffiths, Embaixador dos EUA em Moçambique, Sean Carroll, Vice-Presidente para a Educação Científica, HHMI, Mateus Mutemba, Administrador do Parque Nacional da Gorongosa e Greg Carr, Presidente do "Gorongosa Restoration Project".

Durante os últimos dez anos, o PRG tem apoiado os agricultores locais, construiu postos de saúde e escolas, reconstruiu infra-estruturas do Parque, contratou e treinou fiscais, reintroduziu diversas espécies animais no ecossistema e restabeleceu a indústria do turismo na Gorongosa. Em 2014, o PRG comemorou mais um marco significativo com a inauguração do Laboratório de Biodiversidade E.O. Wilson, o qual está comprometido em aumentar quer a investigação no Parque quer o ensino científico a estudantes Moçambicanos.

 O apoio do HHMI será usado para apoiar funcionários do PNG, novos programas educacionais e infra-estruturas de salas de aula no Laboratório de Biodiversidade E.O. Wilson no Parque. O financiamento terá início em Julho de 2015. 

“O HHMI irá ajudar a construir a capacidade científica vital para a gestão dos extensos recursos de biodiversidade do Parque e de Moçambique", disse Sean B. Carroll, PhD., Vice-Presidente para a Educação Científica no HHMI.

 "O Parque Nacional da Gorongosa é uma das jóias da coroa de África, e também é igualmente importante como um destino para o ensino da ciência. Esta formação irá desenvolver a capacidade científica em Moçambique, e irá pagar dividendos a longo prazo, através da preservação da biodiversidade e da ajuda à administração do vasto sistema de parques e reservas nacionais deste país."

   *   *   *   *   *

 “Howard Hughes Medical Institute” 

O “Howard Hughes Medical Institute” desempenha um papel de relevo no avanço da investigação e da educação científica nos Estados Unidos. Os seus cientistas, espalhados pelo país e por todo o mundo, fizeram descobertas importantes que promovem a saúde humana e a nossa compreensão fundamental da biologia. O HHMI também tem como objectivo transformar a educação científica num esforço criativo e interdisciplinar que reflicta a emoção da investigação feita com profundidade. www.hhmi.org 

O Projecto de Restauração da Gorongosa integra quer a conservação quer o desenvolvimento humano com a noção de que um ecossistema saudável irá beneficiar os seres humanos, os quais por seu turno ficarão motivados para apoiar os objectivos do Parque Nacional da Gorongosa. 

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 Se desejar receber mais informações sobre este assunto, ou se pretender marcar uma entrevista com as pessoas envolvidas no projecto, por favor ligue para Vasco Galante através de +258 822970010 ou envie email para vasco@gorongosa.net. 

Para informações de carácter genérico, por favor consulte www.gorongosa.org

(Fim de citação)


NOSSO COMENTÁRIO
O Grupo de Amigos da Gorongosa regozija-se com esta notícia acabada de receber do director de comunicação do PNG, Dr. Vasco Galante e felicita os responsáveis da Administração do Parque e  do Projecto de Restauração da Gorongosa, respectivamente, Dr. Mateus Mutemba e Greg Carr, pelo importante acordo de parceria na área da investigação que muito contribuirá para o desenvolvimento deste ramo  já em franco progresso no Parque com a criação do Laboratório de Biodiversidade E.
O. Wilson.

Lisboa, 23 de Junho de 2015

Celestino Gonçalves
(Membro do NC do GAG)

07 June 2015

155 - GRANDE REPORTAGEM SOBRE A SITUAÇÃO CAÓTICA DA FAUNA EM MOÇAMBIQUE






"GOLPE" NO TURISMO CINEGÉTICO

GRANDE REPORTAGEM DA TV ESTATAL MOÇAMBICANA REVELA O ESTADO CAÓTICO A QUE CHEGOU A GRANDE FAUNA BRAVIA DAS PROVINCIAIS DE CABO DELGADO E NIASSA, NOMEADAMENTE O ELEFANTE, QUE NOS ÚLTIMOS ANOS TEM SIDO ALVO DE ABATES INDISCRIMINADOS POR PARTE DE CAÇADORES FURTIVOS  ALTAMENTE PREPARADOS PARA ENFRENTAREM QUALQUER TIPO DE FISCALIZAÇÃO.

DÓI-NOS O CORAÇÃO PELAS BARBARIDADES QUE SÃO COMETIDAS DIARIAMENTE, QUE TUDO INDICA VÃO LEVAR OS ELEFANTES AO EXTERMÍNIO, TAL COMO JÁ ACONTECEU COM OS RINOCERONTES, MAS TAMBÉM PELA NEGLIGÊNCIA (POR VEZES ATÉ CONIVÊNCIA) DE ALGUNS AGENTES DA AUTORIDADE E FALTA DE MEIOS ADEQUADOS PARA FAZER FACE À DESENFREADA E SOFISTICADA CAÇA FURTIVA QUE NOS ÚLTIMOS ANOS FOI INTENSIFICADA EM MOÇAMBIQUE.

EIS O QUE A PROPÓSITO DESTA REPORTAGEM O NOSSO COLEGA DO NÚCLEO COORDENADOR DO GRUPO DE AMIGOS DA GORONGOSA, JOSÉ CANELAS, ESCREVEU:

"EXCELENTE Reportagem sobre o flagelo da Caça furtiva em Africa.
Este tipo de reportagem e imagens em televisão, permite divulgar muito melhor a " mensagem " deste crime que recorrentemente ao longo de décadas afecta não só Moçambique, mas grande parte do continente africano .

O facto de já existir legislação condenando, proibindo e punindo os infractores é bom . IMPORTANTE agora é por em prática essa legislação, com uma eficiente fiscalização por entidades NÃO corrompíveis . Fiscalizar em áreas tão vastas, custa muitos milhões, que só verbas do Turismo cinegético, podem de momento não chegar. Tem de haver uma grande sensibilização de todos para que cada um colabore, denunciando práticas furtivas que prejudicam todos.

O exemplo do que Greg Carr está a fazer no PNG deveria ser replicado por todo o país . Mas para isso deveriam haver investidores com um perfil filantrópico idêntico ao do Greg Carr.... Não será fácil, porque os milagres são raros ...
Felizmente há inúmeras organizações internacionais preocupadas com estes problemas de Caça furtiva e o Governo moçambicano deve estar atento a esses apoios, para bem do futuro dos riquíssimos ecossistemas que felizmente Moçambique AINDA possui ."









VER O VÍDEO AQUI


 As fotos aqui inseridas foram retiradas, com a devida vénia, da página do Facebook com o nome deste logotipo e que recomendamos pela excelência das suas intervenções na defesa da fauna bravia de Moçambique. Clicar no logo

Lisboa, 8 de Junho de 2015
Celestino Gonçalves


06 June 2015

154 - PARQUE DA GORONGOSA AGRACIADO PEL0 PRESIDENTE DA REPÚBLICA PORTUGUESA







PARQUE NACIONAL DA GORONGOSA AGRACIADO PELO PRESIDENTE DA
REPÚBLICA PORTUGUESA POR OCASIÃO DO DIA DE PORTUGAL

NOTÍCIA DA LUSA - BOLETIM DE MOÇAMBIQUE, DE 05-06-2015
   MOÇAMBIQUE

Presidência portuguesa reconhece papel da Gorongosa na divulgação de Moçambique

Maputo - A condecoração do Parque Nacional da Gorongosa como Membro Honorário da Ordem do Mérito, anunciada na quinta-feira pela Presidência portuguesa, representa o reconhecimento do esforço da principal área protegida de Moçambique para a divulgação deste país a nível internacional.
Segundo um comunicado enviado na sexta-feira à Lusa pela Embaixada de Portugal em Maputo, o esforço do Parque Nacional da Gorongosa aumentou também "o interesse de cientistas e de turistas, incrementando assim por esta via ainda mais a boa reputação do país". 
(Fim de citação)


N0SS0 COMENTÁRIO
Foi com grande satisfação que o Grupo de Amigos da Gorongosa recebeu esta agradável notícia vinda directamente do Departamento de Comunicação do PNG e confirmada no site oficial da Presidência da República.

Estão de parabéns os responsáveis pela recuperação daquele famoso santuário da vida bravia de Moçambique e de África em geral, que após a independência deste país veio a sofrer uma devastação quase total devido ao conflito armado interno que decorreu de 1977 a 1992 e aos dois anos seguintes,  que embora em clima de paz foi fustigado por hordas de caçadores furtivos idos das cidades, vilas e povoações daquela região central (Província de Sofala) que se aproveitaram do vazio de administração, somente reinstalada em 1994, para causarem autênticos massacres nas espécies mais significativas do Parque.

Está de parabéns o governo de Moçambique, que graças à política conservacionista seguida não só na Gorongosa como em todas as restantes áreas de conservação do País (Parques, Reservas e Coutadas), conseguiu evitar o colapso total da fauna, pese embora, nos últimos anos, se venha a verificar a progressiva destruição de certas espécies, nomeadamente elefantes e rinocerontes, cujos troféus são valiosos nos países asiáticos, nomeadamente China e Vietname. 

A presença de uma representação do PNG na edições anuais da Bolsa de Turismo de Lisboa (BTL), desde 2007, assim como o interesse dispensado pelos nossos representantes diplomáticos em Moçambique  aos problemas da conservação neste país, patrocinando parcerias em certas áreas de desenvolvimento, nomeadamente na Gorongosa, naturalmente que têm sido objecto de atenção por parte dos mais altos representantes do Estado e do Governo de Portugal, já antes patenteada pelo próprio Presidente da República que recebeu, em 3 de Dezembro de 2012, em audiência no Palácio de Belém, uma delegação do  Parque constituída pelo seu administrador Dr. Mateus Mutemba, pelo Embaixador de Moçambique em Portugal Dr. Jacob Jeremias Nyambir e por Greg Carr, o filantropo americano que a partir de 2005 impulsionou e obteve grandes sucessos com a recuperação do Parque.

O Grupo de Amigos da Gorongosa, criado em 2007, precisamente o primeiro ano de presença de uma representação do PNG na BTL, tem desempenhado o papel de difusão  daquele maravilhoso Parque no nosso país, contando já com algumas centenas de aderentes e alguns milhares de visitantes assíduos às suas páginas na Internet. Os seus membros regozijam-se, pois,  com esta distinta condecoração, felicitando vivamente a direcção do Parque chefiada pelo Dr. Mateus Mutemba, o filantropo Greg Carr co-dirigente do Projecto de Restauração da Gorongosa financiado pela sua própria Fundação,  assim como aqueles que, anos antes e em circunstâncias (financeiras e políticas) menos favoráveis, foram decisivos no início da recuperação do Parque, destacando-se nessa difícil tarefa os distintos técnicos de fauna moçambicanos, Dr. Baldeu Chande e Engº Roberto Zolho. Naturalmente que estas felicitações são também dirigidas aos técnicos e trabalhadores que  colaboraram com estas destacadas figuras a quem Moçambique deve a recuperação da Gorongosa, património mundial da humanidade.

Lisboa, 6 de Junho de 2015

Celestino Gonçalves
(Membro do NC do GAG)


 SEGUE-SE O DOCUMENTO OFICIAL DAS CONDECORAÇÕES DO DIA DE PORTUGAL, A 10 DE JUNHO CORRENTE, EXTRAÍDO DO SITE OFICIAL DA PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA PORTUGUESA - http://www.presidencia.pt/?idc=10&idi=93452


Condecorações atribuídas pelo Presidente da República a personalidades das Comunidades Portuguesas e a cidadãos estrangeiros, por ocasião do Dia de Portugal
Por ocasião do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas, o Presidente da República agraciou várias personalidades das Comunidades Portuguesas da Diáspora e cidadãos estrangeiros com condecorações que serão oportunamente entregues.
É a seguinte a lista das personalidades agraciadas:
Antigas Ordens Militares:
Ordem de Sant’Iago da Espada
  • Ronald A. DePinho - EUA (Comendador)
Ordens Nacionais:
Ordem do Infante D. Henrique
  • Alberto Nuñez Feijóo – Espanha (Grã-Cruz)
  • Ernest Moniz – EUA (Grã-Cruz)
  • António-Serge de Pinho Campinos – Bélgica (Grande-Oficial)
  • Fernando Frutuoso de Melo – Bélgica (Grande-Oficial)
  • João Aguiar Machado – Bélgica (Grande-Oficial)
  • Luís Matos – EUA (Grande-Oficial)
  • Roberto Irineu Marinho – Brasil (Grande-Oficial)
  • Cristina Robalo Cordeiro – Marrocos (Comendador)
  • Daniel Malcolm Cameron – Reino Unido (Comendador)
  • Emanoel Alves Araújo – Brasil (Comendador)
  • Rubens Ermírio de Moraes – Brasil (Comendador)
  • José António Silva e Sousa – Espanha (Comendador)
  • Marie Hélène Piwnik – França (Comendador)
  • Markus Kerber – Alemanha (Comendador)
  • Marta Vieira Pires – Argentina (Comendador) – A título póstumo
  • Teresa Presas – Bélgica (Comendador)
  • Peter Pereira – EUA (Oficial)
Ordens de Mérito Civil:
Ordem do Mérito
  • Irmã Lúcia Pereira Rodrigues Cândido – S. Tomé e Príncipe (Grande-Oficial)
  • Abílio Morgadinho Laceiras – França (Comendador)
  • António Eduardo Gil Figueira - Namíbia (Comendador)
  • António Pereira Marques - França (Comendador)
  • Gentil Moreira de Sousa – Brasil (Comendador)
  • Helena Silva Marques Hughes – EUA (Comendador)
  • Inácio Afonso de Gouveia Pereira – Venezuela (Comendador)
  • José António dos Santos Valentim – África do Sul (Comendador)
  • Laurentino de Sousa Esteves – Canadá (Comendador)
  • Martha Mesquita da Rocha – Brasil (Comendador)
  • Paulo Manuel Pires dos Santos Almeida – Brasil (Comendador)
  • Rogério Oliveira - Luxemburgo (Comendador)
  • Analido Mendes Amaro – Argentina (Oficial)
  • Parque Nacional da Gorongosa – Moçambique (Membro Honorário) (a)
Ordem do Mérito Empresarial
Classe do Mérito Comercial
  • Paula Maria Ramos dos Santos Caetano – África do Sul (Comendador)
(Fim de citação)
(a) - o sublinhado é nosso

01 June 2015

153 - CERIMÓNIA DE ABERTURA DA ÉPOCA TURÍSTICA DE 2015 NA GORONGOSA



SITE OFICIAL DO PNG



Parque Nacional da Gorongosa
abriu as portas para a época turística 2015


Comunicado de Imprensa acabado de receber do director de comunicação do PNG

“O Parque Nacional de Gorongosa situa-se no grande Vale do Rift onde a nossa espécie humana evoluiu. Proteger a Gorongosa é cuidar do nosso próprio berço,” disse Greg Carr, Presidente do Projecto de Restauração da Gorongosa, na ocasião da abertura da época turística 2015, havida no dia  22 de Abril, no acampamento de Chitengo, Parque Nacional da Gorongosa.

O acto de abertura da época turística no PNG foi presidido pelo Director Provincial do Turismo de Sofala e contou com a participação da Directora Provincial para a Coordenação da Acção Ambiental, dos Administradores Distritais de Gorongosa, Nhamatanda, Maríngue, e Cheringoma, do Presidente do Conselho Municipal da Gorongosa acompanhados pelos respectivos Directores dos Serviços Distritais de Actividades Económicas, da Saúde, Mulher e Acção Social, da Educação, Juventude e Tecnologia e dos respectivos Comandantes Distritais da Polícia da República de Moçambique. Tomaram também parte no evento Juízes Presidentes e Procuradores  Distritais, que se juntaram aos líderes comunitários das 16 comunidades que circundam o Parque (régulos, saphandas, fumos e membros dos comités de gestão dos recursos naturais), os gestores e trabalhadores do Parque bem como do Operador turístico Turvisa, responsável pela gestão do Girassol Gorongosa Lodge & Safaris. Foi também destacada a presença de alguns convidados, representantes de entidades nacionais e estrangeiras parceiras do Parque. 



Parte dos presentes na abertura da época turística 2015 no Parque Nacional da Gorongosa


O programa do evento consistiu de uma deposição de flores nas campas de Traquino e João Chitengo, líderes tradicionais que estão associados à realização de cerimónias de evocação dos antepassados da família Chitengo e que são uma parte importante da vida do parque. Seguiu-se a realização de duas cerimónias tradicionais, uma conduzida pela família Nhanguo e outra pela família Chitengo, ambas tidas como guardiãs da vida espiritual daquela secção do Parque.



Mbhamba, uma cerimónia ancestral praticada na Gorongosa, serviu para pedir
aos antepassados a bênção para as actividades da época de 2015 

Seguiu-se a inauguração de um refeitório moderno, construído de raiz, para beneficiar aos trabalhadores do Parque.



Imagem do refeitório dos trabalhadores, construído pela equipa de infra-estruturas do PNG

Deram-se então início aos discursos de alguns intervenientes com vista a declarar a abertura da época turística.

Para Paulo Majacunene, Administrador do distrito da Gorongosa, o turismo que cresceu a ritmo acelerado até 2012 no Parque Nacional da Gorongosa galvanizou a economia da Gorongosa e de Moçambique. Porém, a instabilidade política em 2013 e 2014 fez retroceder as actividades turísticas no Parque assim como em unidades de hotelaria na região. A abertura da época turística de 2015 no Parque acontece num período em que o retorno à paz na Gorongosa já permite o reactivar das actividades que nos últimos dois anos foram difíceis de serem desenvolvidas. O Parque recebeu em 2014, um total de 1.147 visitantes e 1.244 hóspedes no ano de 2013 quando nos anos anteriores (2012 e 2011) a média de visitantes oscilava entre 6.500 e 7.000.

Falando dos progressos e desafios do Parque, o Administrador do Parque Nacional da Gorongosa, Mateus Mutemba, relembrou aos administradores dos distritos circunvizinhos, juízes, procuradores, comandantes distritais, régulos e aos membros das comunidades locais presentes na cerimónia a importância económica e social do Parque para os Distritos vizinhos. Disse também que a fauna e a flora do Parque são o principal produto para o turismo e que a protecção dos animais dentro do Parque só é possível com o envolvimento e cooperação de todos na aplicação das leis e regulamentos de conservação, bem como na mobilização das populações para aderirem às boas práticas de conservação da natureza.



Mateus Mutemba, Administrador do PNG,  pedindo mais cooperação de todos para a preservação da biodiversidade e promoção do desenvolvimento humano na região da Gorongosa

Para o Administrador Mutemba, os estabelecimentos populacionais, a abertura de machambas e prática de outras actividades de subsistência dentro dos limites do Parque da Gorongosa, incluindo a caça e pesca furtivas, representam um perigo para a sustentabilidade do Parque. Explicou em seguida que o grande investimento que o Parque tem feito na promoção do desenvolvimento humano na sua zona tampão visa encorajar as populações a manterem-se fora dos limites do Parque e a reconhecerem a importância de um PNG com habitats e ecossistemas saudáveis para o desenvolvimento delas próprias. “Preservar o Parque Nacional da Gorongosa, como um dos patrimónios do Estado e fonte de orgulho de Moçambique e de geração de riqueza, é responsabilidade de todos nós,” sublinhou Mutemba.

Dirigindo-se aos presentes durante o acto de declaração de abertura da época,  Aníbal Nhampossa, Director Provincial do Turismo da Província de Sofala. Disse “O Parque Nacional da Gorongosa é o nosso orgulho e nosso cartão de visitas na província de Sofala. Abrimos hoje a época turística 2015 endereçando os nossos votos de muitos sucessos aos turistas, operadores turísticos e trabalhadores do Parque Nacional da Gorongosa.”



Aníbal Nhampossa, Director Provincial de Turismo, no momento do corte da fita que marcou a abertura oficial da época turística 2015

Em seguida foi proporcionado um safari inaugural às individualidades presentes, que puderam observar a espantosa diversidade das espécies faunísticas do PNG.

No regresso do safari tiveram lugar actividades culturais animadas pelo grupo cultural Chibango, da Vila da Gorongosa e um almoço foi servido a cerca de 200 pessoas no Chikalango, o restaurante principal daquela estância turística."

(Fim de citação)

NOTA À MARGEM

É com muita satisfação que o Núcleo Coordenador do Grupo de Amigos da Gorongosa publica nesta sua página a notícia da cerimónia de abertura oficial da época turística de 2015 no PNG, onde podemos ler que estão reunidas as condições para que as actividades normais que haviam sido afectadas nos anos de 2013 e 2014 possam decorrer e os turistas ali afluam como vinha acontecendo anteriormente.

Felicitamos a direcção do Parque e do seu Projecto de Restauração, pela bonita cerimónia que aqui fica descrita e desejamos os maiores sucessos neste ano naquele restaurado santuário da vida bravia, muito bem descrito pelo seu Administrador Dr. Mateus Mutemba durante o seu discurso.

Agradecemos ao Dr. Vasco Galante, director de comunicação do Parque, o envio do comunicado de imprensa acima transcrito, assim como as fotografias das cerimónias desse dia.

Lisboa, 1 de Junho de 2015

Celestino Gonçalves
(Membro do NC do GAG)