10 November 2011

102 - GRUPO VISABEIRA NO PARQUE NACIONAL DA GORONGOSA






O Ministério do Turismo de Moçambique (MITUR) e o Projecto de Restauração da Gorongosa (PRG) têm o prazer de anunciar que o Grupo Visabeira - operador dos hotéis Girassol em Moçambique e Angola -  foi seleccionado para gerir o Acampamento Turístico de Chitengo, a maior infra-estrutura turística dentro do Parque Nacional da Gorongosa.           
 
Girassol Chitengo possui actualmente alojamento para 78 visitantes, bem como uma área de campismo, tendo os seus hóspedes acesso a uma vasta rede de picadas para safaris, restaurante, piscinas, loja de souvenirs, zonas de passeio e outras actividades turísticas dentro do Parque Nacional da Gorongosa, o qual agora também inclui as cumeadas e as florestas húmidas de montanha da Serra da Gorongosa.
 
O MITUR e o PRG vão trabalhar conjuntamente com o Grupo Visabeira no sentido de desenvolver ainda mais uma das áreas de maior crescimento turístico de Moçambique.
 
O Grupo Visabeira irá investir 2 milhões de dólares na renovação e construção de novas infra-estruturas turísticas de modo a ajudar o PRG a colocar de novo Chitengo e a Gorongosa na posição que lhe pertence, de um dos melhores Parques Nacionais de África.
O Grupo Visabeira, SGPS, SA, nasceu em 1980 e é hoje uma holding multinacional organizada em cinco sub-holdings (Visabeira Global, Visabeira Indústria, Visabeira Turismo, Visabeira Imobiliária, e Visabeira Participações Financeiras), com uma presença destacada em nove países, comercializando os seus produtos e serviços em mais de cinco dezenas de nações, nos cinco continentes.
Girassol Chitengo vai juntar-se ao portefólio de hotéis da cadeia Girassol em Moçambique que inclui hotéis, aparthotéis, aldeamentos turísticos, resortscatering e restaurantes, vocacionada para o turismo de lazer e negócios.
O Ministério do Turismo de Moçambique e o Projecto de Restauração da Gorongosa querem desde já congratular o Grupo Visabeira que, através da sua cadeia de Hotéis Girassol, irá trabalhar no sentido de assegurar que todos os projectos obedecerão aos elevados padrões ecológicos do Parque, que protegerão o ecossistema e que criarão empregos nas comunidades locais ao mesmo tempo que estabelecerão uma indústria turística auto-sustentável.
Para mais informações sobre este comunicado de imprensa por favor contactar  Vasco Galante (PRG) ou Pedro André Sousa (Grupo Visabeira).
Para outras informações por favor envie um e-mail para contact@gorongosa.net.

                                                                   *******

COMENTÁRIO

Este comunicado, acabado de receber do Dr. Vasco Galante, não sendo de todo uma surpresa, é a confirmação de uma parceria que vinha sendo estudada entre  o MITUR/PRG e o Grupo Visabeira, radicado em Moçambique há já alguns anos com raízes consistentes na área do Turismo.

Trata-se de uma notícia que agrada a todos os amigos do Parque Nacional da Gorongosa, na medida em que este famoso santuário da vida bravia de Moçambique bem precisa de infraestruturas de qualidade e quantidade que possam corresponder ao fluxo de turistas em número significativo, pois só desta forma se podem obter receitas que garantam a continuidade do projecto de restauração ali em curso desde 2005.

Espera-se, também, que outros Grupos ou Empresas venham em breve a realizar idênticos contratos, para exploração turística de outras áreas do Parque, conforme concurso público iniciado há cerca de um ano.

Celestino Gonçalves






 

28 August 2011

101 - ESCOLAS DA GORONGOSA RECEBEM LIVROS DE PORTUGAL






Escolas à volta do PNG recebem doação do Ministério de Educação de Portugal

No âmbito da restauração do Parque Nacional da Gorongosa (PNG) e da responsabilidade social do Projecto de Restauração da Gorongosa para a melhoria do nível de vida das comunidades à sua volta, o PNG, em parceria com o Ministério de Educação de Portugal, iniciou em Junho último a distribuição de diversos materiais escolares em algumas escolas com o objectivo de incentivar maior gosto na mediação e aprendizagem dos mais variados conteúdos curriculares.

O Ministério de Educação de Portugal doou 18 caixas com um total de 1152 livros diversos, dicionários, enciclopédias e variados materiais de consulta com conteúdos que cobrem desde o ensino primário até ao universitário, bem como as estantes para uma biblioteca. Com a diversificação de materiais espera-se que tanto os alunos como os professores tenham a opção de escolher os diferentes temas no decurso do processo de ensino/aprendizagem.

Exemplo dos livros oferecidos pelo Ministério da Educação de Portugal

Apesar de uma parte dos livros ir directamente para uma biblioteca pública como no caso da biblioteca da vila de Muanza, a maior parte das caixas de livros foram distribuídas nas escolas e irão fazer parte de bibliotecas móveis de sala, dado que muitas dessas escolas beneficiárias não possuem ainda uma biblioteca escolar. A identificação das escolas beneficiárias foi feita em conjunto entre  os respectivos serviços distritais de educação, juventude e tecnologia e o PNG, tendo para o Parque sido critério dominante o facto de serem escolas situadas em comunidades da sua zona tampão. O PNG depois de efectuar o desembaraço alfandegário no Porto de Maputo desta oferta do Ministério da Educação de Portugal, assumiu o transporte desde a capital do País bem como a logística material na distribuição dos livros às escolas beneficiárias e através do seu Centro de Educação Comunitária (CEC), comparticipou ainda com centenas de cadernos e lápis.
Parte de livros e estantes doados na biblioteca pública do Distrito de Muanza

Para além da biblioteca pública de Muanza, cinco escolas do Distrito da Gorongosa e outras duas escolas do Distrito de Nhamatanda receberam a sua quota-parte  dos livros.Passos dados na distribuição dos livros doados pelo Ministério de Educação de Portugal a algumas escolas da zona tampão do PNGA primeira distribuição dos livros acima referenciados teve lugar na Escola Primária 
Completa de Mbulaua, Distrito da Gorongosa, situada a 29 km da Vila da Gorongosa e a 49 km do Acampamento de Chitengo. 
Alunos da Escola Primária Completa de Mbulaua, na Gorongosa, exibindo os cadernos doados pelo PNG

Aproveitando a ocasião do Dia Internacional da Criança, uma equipa do PNG procedeu a entrega de um lote de livros destinados à escola em epígrafe.
A alegria pelos novos livros é bem patente

Estiveram presentes no acto muitos membros do governo do Distrito da Gorongosa, entre eles Simões Zalembessa, Administrador do Distrito da Gorongosa, Jacinta de Santiago, Directora dos Serviços Distritais de Educação (SDEJT) da Gorongosa, Quembro Raposa, Primeiro Secretário do Partido Frelimo, entre outros convidados. A entrega foi feita em plenária no comício presidido pelo Administrador e membros do governo da Gorongosa na ocasião do Dia da Criança.
Simões Zalembessa, Administrador do Distrito da Gorongosa, falando sobre os livros em Mbulaua
 Os livros foram recebidos com muito clamor pelos alunos, professores, direcção da escola, pais e encarregados de educação que estiveram presentes no dia.O Administrador da Gorongosa aproveitou a ocasião para agradecer ao doador (Ministério de Educação de Portugal) pelo bom gesto e ao PNG por ter dispensado  recursos humanos e materiais que facilitaram a entrega da doação à Escola de Mbulaua.
Parte da audiência do Dia da Criança em Mbulaua durante o discurso do Administrador da Gorongosa

No dia 02 de Junho entregou-se parte dos livros e quatro estantes à Biblioteca Pública de Muanza, localidade que dista cerca de 270 km do Acampamento de Chitengo. Presenciaram este acto o Administrador de Muanza, a Directora dos Serviços Distritais de Educação de Muanza, o Primeiro Secretário de Muanza e o Chefe da 
Juventude e Desporto de Muanza.
Directora dos SDEJT (à esq.) e responsável da Biblioteca Pública de Muanza (à dir.)

No distrito de Muanza, a entrega dos livros foi vista como um grande suporte não apenas para a comunidade escolar local, mas também para os estudantes do núcleo de Ensino à Distancia da Universidade Católica de Moçambique que já funciona a partir da sede do Distrito de Muanza. Os estudantes têm agora mais recursos para diversificar os seus conhecimentos.Segundo a Directora dos SDEJT de Muanza, “agradecemos o apoio prestado pelo Parque Nacional de Gorongosa pela atenção e contributo indispensáveis que nos é dada e em especial agradecemos o Ministério de Educação de Portugal pelos livros doados. A disponibilidade de todos este material constitui uma motivação para a comunidade estudantil de Muanza.”Quanto ao critério de uso dos livros em Muanza vale salientar que a Biblioteca Pública de Muanza já vem funcionando com uma responsável. A esta responsável se incumbiu a missão de também velar pelos novos materiais oferecidos. Na mesma ocasião, aproveitou-se para montar as estantes e os livros foram colocados nos seus devidos lugares.Nos dias 12 e 13 de Julho fez-se a entrega dos livros a duas escolas do distrito de Nhamatanda, nomeadamente as Escolas Primárias Completas de Nhampoca (situada a cerca de 175 km do Acampamento de Chitengo) e de Mecombedzi (situada a 145 km). No dia 12 de Julho primeiro passou-se pelos SDEJT de Nhamatanda (localidade que dista 105 km do Acampamento de Chitengo) a fim de se apresentar o programa, seus objectivos e procedimentos à direção dos SDEJT.Estiveram presentes o Director dos SDEJT de Nhamatanda, o Chefe da Repartição do Ensino Geral e alguns elementos da mesma Instituição. À direcção presente se esclareceu o programa e suas partes.
Contagem de livros nos SDEJT em Nhamatanda

O Director dos  SDEJT, que na circunstância substituía o Administrador do Distrito, assinou a guia de entrega. E porque as condições do terreno não permitiam a que o carro chegasse à Escola de Nhampoca, o mesmo Director dos SDEJT, muito simpaticamente, se encarregou de fazer chegar os livros à escola visada assim que a estrada fosse transitável. Muito satisfeito, em nome do Distrito de Nhamantada, o Director dos SDEJT agradeceu o gesto do Ministério de Educação de Portugal que, em parceria com o PNG, doou o material que definiu como de "extrema importância para alargar os conhecimentos de toda a comunidade escolar".Os livros irão proporcionar o desenvolvimento cultural e fortalecer os laços sócio-afectivos entre as criancas Moçambicanas”, rematou o Diretor dos SDEJT de Nhamatanda.Depois dos trabalhos feitos na direcção dos SDEJT de Nhamatanda, partiu-se para a Escola Primária Completa de Mecombedzi. Apesar da picada que leva a esta escola exigir alguma destreza na condução devido a fortes declives conseguiu-se chegar sem sobressaltos. Procedeu-se à entrega dos livros ao Director-Adjunto Pedagógico que na altura estava presente.
Livros acabados de chegar na Escola Primária Completa de Mecombedzi

Nos dias 09 e 10 de Agosto fez se a última etapa de entrega de livros a quatro outras escolas do distrito da Gorongosa. Depois de devidamente coordenada a entrega com os Serviços Distritais de Educação, Juventude e Tecnologia, em plena Vila da Gorongosa (situada a 60 km do Acampamento de Chitengo), em primeiro lugar arrancou-se para Canda (cerca de 24,5 km da Vila de Gorongosa) para a Escola Primária Completa 25 de Setembro.
Contagem de livros na Escola Primária Completa 25 de Setembro, em Canda

Em seguida voltou-se à Vila da Gorongosa para a Escola Primária Completa 1º de Maio.
Contagem de livros na Escola Primária Completa 1º de Maio, na Vila da Gorongosa

Prosseguiu-se com a entrega de livros, desta vez na Escola Primária Completa de Nhamissongora-Aldeia (a 10 km da Vila).
Contagem de livros na Escola Primária Completa de Nhamissongora-Aldeia, Gorongosa

Por último, de Nhamissongora partiu-se para a Escola Primária do 1º Grau de Mazimachena (situada a 18 km da Vila).
Contagem de livros na Escola Primária do 1º Grau de Mazimachena, Gorongosa
Em suma, em todas as escolas acima referenciadas foram entregues os livros e com as suas respectivas assinaturas através de guia de entrega e os seus procedimentos. Todos os Directores dos SDEJT dos três distritos (Muanza, Nhamatanda e Gorongosa) agradeceram ao Ministério de Educação de Portugal pelas ofertas e ao PNG pela dedicação e empenho em proceder às entregas das ofertas.Domingos Muala (Departamento de Comunicação do PNG)Sandra Giroth (Departamento de Relações Comunitárias do PNG)


NOTA À MARGEM
Congratulamo-nos com esta notícia que nos foi enviada, como habitualmente, pelo Dr. Vasco Galante, director de comunicação e turismo do Parque Nacional da Gorongosa, a quem agradecemos.

Saudações amigas!
Agosto de 2011
Celestino Gonçalves





05 August 2011

100 - PNG APOIA CAMPANHA A FAVOR DAS CRIANÇAS



PNG acolhe Nick North e a Corrida Norte-Sul

Nicolas North (Nick como é mais conhecido) é um cidadão de origem Britânica que ostenta a nacionalidade Irlandesa e iniciou no dia 20 de Junho último uma corrida a partir do rio Rovuma, norte de Moçambique. Ele está a correr todo o País de Norte ao Sul por uma causa nobre: as crianças de Moçambique.


Nick junto do local que assinala a picada de entrada para o PNG

A sua corrida enquadra-se no âmbito de angariação de fundos que irão financiar parte de actividades da CONCERN Worldwide em Moçambique.

A CONCERN Worldwide é uma organização não governamental internacional que, depois de um acordo assinado entre esta ONG e o governo de Moçambique, tem vindo a trabalhar na assistência humanitária em Moçambique desde 1987.

No vasto leque de actividades desenvolvidas pela CONCERN Worldwide, os fundos angariados pelo desafio do Nick servirão para financiar programas de educação de mais de 120 escolas em Moçambique, especialmente com o objectivo de facilitar o acesso e a melhoria de qualidade de ensino para raparigas e crianças das famílias mais carenciadas.


Nick em plena corrida, já muito perto da entrada para o PNG

Tendo já percorrido mais de metade do território nacional, Nick escalou o Parque Nacional da Gorongosa onde vai ficar por duas noites a fim de poder recuperar as energias para o resto do percurso que o espera até à Ponta de Ouro, na Província de  Maputo.

Nesta corrida ao longo do território nacional, o Nick conta com três acompanhantes a tempo inteiro. Hendrik Pott, do PNG, é um dos acompanhantes selecionados para este grande evento humanitário. Hendrik Pott e o seu assistente, Filipe Rassai, estão com o Nick desde Murrupula. Os dois seguirão com o Nick até Muxúngue onde o senhor Greg Pickett os substituirá no cuidado do Nick.


Da esquerda para a direita: Hendrik Pott, Nick North e Filipe Rassai no cruzamento do PNG

Para mais informações sobre a CONCERN Worlwide, a Corrida Norte-Sul e respectiva angariação de fundos ver aqui

Domingos Muala
Departamento de Comunicação do PNG

NOTA À MARGEM
A presente notícia foi-nos enviada pelo Dr. Vasco Galante, director de Comunicação e Turismo do PNG, a quem agradecemos mais este gesto de nos manter informados acerca do que se passa naquele Parque.

Saudações amigas!
5 de Agosto de 2011
Celestino Gonçalves

24 July 2011

99 - GORONGOSA - ARTIGO DE MIA COUTO




A Natureza Não Tem Pequenos

A revista "M de Moçambique" dedicada ao Turismo, Cultura, Sociedade e Desporto (com artigos em Português e Inglês) publicou um interessante artigo sobre a Gorongosa escrito por Mia Couto, o conhecido biólogo e escritor Moçambicano.

O artigo intitula-se "A Natureza Não Tem Pequenos" e começa assim:
"A procura dos Cinco Grandes Mamíferos é o grande chamariz para os turistas que visitam os parques naturais de África. As áreas de conservação que não incluam estas cinco espécies estão em desvantagem clara como foco de atracção. É pena que se mantenha esta hegemonia dos chamados "Big Five". Na realidade este critério deixa de fora, injustamentem alguns dos encontros mais gratificantes com o mundo natural. A verdade é esta: também neste contacto com a natureza o tamanho não é documento."

Para aceder ao artigo clique na imagem abaixo.


NOTA À MARGEM:
Não é a primeira vez que o consagrado escritor Mia Couto escreve sobre a Gorongosa realçando as suas belezas naturais e a sua riqueza faunística. Este é mais um artigo que revela a grande paixão que o biólogo e escritor tem pela Natureza e particularmente pelo maravilhoso santuário da vida bravia de Moçambique!

Saudações amigas!
Julho de 2011
Celestino Gonçalves

11 July 2011

98 - AS CHITAS VOLTARAM À GORONGOSA




As Chitas Regressaram ao Parque Nacional da Gorongosa


09.07.11 - Parque Nacional da Gorongosa

Os novos hóspedes, acabados de chegar ao Parque Nacional da Gorongosa (PNG), são provenientes da vizinha África do Sul, um dos locais que tem vindo a contribuir para reforçar o rápido crescimento animal na Gorongosa. 

Recorde-se que o PNG já recebeu búfalos, bois-cavalos (gnus), elefantes e hipopótamos todos transladados de áreas de conservação da África do Sul ou do Parque Nacional do Limpopo.
O Administrador do PNG, Mateus Mutemba e o Director de Conservação do PNG, Carlos Lopes Pereira segurando duas das novas chitas do Parque

Depois de um longo período de negociações entre as autoridades do PNG e a ONG “Modgaji Conservation and Rehabilitation Projects”, entidade que trabalha em estreita ligação com o governo da Cidade de Cabo, na África do Sul, Carlos Lopes Pereira (Director de Conservação e médico-veterinário do PNG) assumiu a gestão do processo de transladação dos quatro felinos que farão dos tandos da Gorongosa uma autêntica pista para os animais mais velozes da selva.

A primeira chita sai do avião que a transportou ao colo do veterinário T. Potgieter

A operação de transporte concretizou-se com a chegada por via aérea das quatro chitas tendo os trabalhadores do PNG e os turistas presentes na pista de aterragem do Acampamento de Safaris de Chitengo tido a oportunidade única de observar a forma cuidada e profissional como uma equipa de apaixonados pela fauna bravia desceu as chitas, ainda entorpecidas, do avião e as depositou nos jipes do PNG, que rapidamente as  transportaram para o seu local de quarentena (conhecido por “boma”, um recinto vedado especialmente construído e adaptado para as chitas por uma dedicada equipa de trabalhadores do PNG).

... e é cuidadosamente colocada no jipe do PNG que a transportará para a "boma"

Will van Duyn, responsável pela “Modgaji”, instituição que ofereceu as chitas ao PNG, prestou-nos as seguintes declarações:

"Estou ligado à conservação há mais de 20 anos. Conservamos as chitas e lutamos para que estes animais regressem à liberdade na selva. Adoro trabalhar com animais, embora a nossa experiência em conservação nos ensine que em matéria de transladação de animais existem sucessos assim como retrocessos, sobretudo por trabalharmos com animais selvagens. Nunca é uma operação fácil...
Gosto da conservação e gosto de animais porque estou consciente de que é a melhor coisa a fazer. Na minha opinião, libertar animais de volta para a selva é melhor opção. Mantê-los presos em gaiolas é péssima atitude...
"

Já na “boma”, Will van Duyn (ajoelhado) conversa com o veterinário Sul-africano e com o pessoal do PNG, sendo observado por membros da sua família

"Assim que regressarmos para a África do Sul, iremos envidar mais esforços para trazermos mais chitas para o Parque Nacional da Gorongosa. Estas quatro chitas constituem apenas o primeiro grupo que abriu as portas para muitas chitas na Gorongosa..." argumentou Will van Duyn, cuja instituição para alem de oferecer as quatro chitas, promete trazer mais destes animais para o Parque Nacional da Gorongosa.

Esta operação foi possível graças a um conjunto de boas vontades, que incluíram um piloto dos famosos “Bateleurs” (pilotos ambientalistas que servem a causa da conservação de forma gratuita), um veterinário e dois assistentes (todos provenientes da África do Sul) que acompanharam as chitas durante toda a viagem.

Os custos envolvidos foram suportados pelo filantropo Allan Friedland, que nos disse o seguinte:

"Andei por muitas áreas de conservação na África do Sul. Não gostei do que tenho visto. Os animais são tratados como se fossem um instrumento ou uma bicicleta que quando avaria se deita fora. Eu creio que os animais merecem todo o respeito e bom trato. Merecem levar uma vida livre e não encurralada. Sempre vivi com essa dor de ver animais apenas instrumentalizados. Quando ouvi que o Will tencionava devolver alguns animais à liberdade em plena selva, decidi contribuir para esta causa justa de animais contribuindo com dinheiro. 

Allan, o filantropo que custeou a operação de transporte, segura uma das chitas

Uma vez instaladas no local de quarentena, detectou-se que uma das chitas não sobreviveu à complexa operação de transporte devido a um incidente ocorrido durante a imobilização do animal ainda em solo Sul-africano.

Will van Duyn, confirmou o facto e afirmou que: 

Pautar por fazer o que nós fazemos e  que é dar a liberdade aos animais que dela necessitam acarreta riscos. Por isso, digo que a nossa operação foi um sucesso pois temos três chitas vivas. Doeu o coração perder a quarta chita na operação mas se tivéssemos que deixar de poder devolver estas chitas para a selva seria ainda pior. De qualquer das formas, esta operação abriu um grande espaço e mais chitas serão transladadas para a Gorongosa.

Membros da equipa do PNG que construíram a “boma” onde as chitas cumprirão o seu período de quarentena

A todos os que contribuíram para a concretização desta operação o nosso bem haja!

Domingos Muala
Departamento de Comunicação do PNG




NOTA À MARGEM


Esta e outras medidas que vêm sendo implementadas nos últimos seis anos no Parque Nacional da Gorongosa, fazem com que este maravilhoso santuário da vida bravia de Moçambique volte muito em breve aos seus gloriosos tempos em que era considerado o melhor e mais belo de África!


Parabéns a toda a equipa de restauração encabeçada pelo mundialmente conhecido e estimado, o  filantropo americano Greg Carr!


Obrigado ao amigo Dr. Vasco Galante pelo envio de mais esta  preciosa notícia!


Saudações amigas!

12 de Julho de 2011

Celestino Gonçalves



05 July 2011

97 - GORONGOSA EM RITMO ACELERADO


A edição Sul-africana de Junho da revista National Geographic Traveller dedicou bastante espaço a Moçambique e obviamente o Parque Nacional da Gorongosa mereceu o devido destaque.

O jornalista Patrick Cruywagen escreveu um artigo intitulado "Gorongosa Rises Again" que termina da seguinte forma:

"O Parque Nacional da Gorongosa e a Serra da Gorongosa impressionaram-me muito. Esta é uma história que precisa de ser contada a todos. A Gorongosa está de novo pronta para receber turistas e para reclamar o lugar a que tem direito entre os grandes parques Africanos."
Para aceder ao artigo clique na imagem abaixo.




NOTA À MARGEM

A presente notícia acaba de nos ser enviada pelo Dr. Vasco Galante, director de comunicação e turismo do Parque Nacional da Gorongosa, que habitualmente nos dá conta dos acontecimentos mais relevantes que vão  acontecendo neste maravilhoso santuário da vida bravia de Moçambique, em reabilitação galopante desde 2005 sob a batuta do filantropo americano Greg Carr.

Parabéns à direcção, equipa técnica e trabalhadores que tornaram possível, num tão  curto espaço de tempo, os progressos já ali  alcançados!

Saudações amigas

5 de Julho de 2011

Celestino Gonçalves 




13 June 2011

96 - GORONGOSA - O HIPOPÓTAMO COM CHAPÉU

1979 - Paul Dutton

 
O hipopótamo com chapéu
 
"Esta imagem foi tirada com uma máquina Pentax 35 mm da era pré-digital numa lagoa sazonal criada no verão pelo alagamento das planícies aluviais do Urema. Eu estava a ensinar o pessoal do parque com o Fernando Costa na escola de formação que tinha sido criada no acampamento de Chitengo, do Parque da Gorongosa. Enquanto obtínhamos amostras de peixes para estudo para um dos nossos projectos de trabalho de campo, um determinado hipopótamo separou-se de um grupo de cerca de 20, e apareceu à tona da água como fosse uma "matrona" com um chapéu alto e estivesse a provar diferentes estilos florais. Mas depois de ter gasto quase todo o rolo de 36 imagens, em apenas uma delas é que o hipopótamos apareceu com um chapéu que lhe ficava mesmo bem e proporcionou-me esta oportunidade de obtenção de uma fotografia única. O chapéu florido em questão é na realidade uma praga aquática invasora denominada Jacinto-de-água ou Eichhornia crassipes a qual foi introduzida nos ecossistemas húmidos de África a partir da América do Sul. Embora esta planta seja uma séria praga que impede a água de fluir e que causa excessivo consumo de oxigénio em detrimento da restante fauna aquática, incluindo os peixes, era uma espécie de salada para um animal que tem a capacidade de consumir 50kgs de erva diariamente. Também os Babuínos se aventuram em águas infestadas de crocodilos para apanhar e comer as suas atractivas flores cor-de-malva. A imagem acima teve uma carreira que se pode comprovar aparecendo primeiramente como a capa da revista da "Wildlife Society of South Africa" e mais tarde impressa em grandes "posters" que pude observar nas mais diversas residências. Quando o diapositivo original me foi devolvido pela gráfica fui surpreendido pelos cortes à volta da face do hipopótamo. Os fotolitos originais desapareceram misteriosamente da gráfica  e pude ver mais tarde a imagem exaltando as atracções faunísticas das áreas de conservação da África do Sul e do Botswana e até, imaginem,  publicitando um sabão para a barba! O danificado diapositivo do hipopótamos ficou esquecido numa gaveta durante muito tempo, acumulando bolor, até que uma "cirurgia digital" sarou a profunda ferida. No entanto, a característica do animal que mais me marcou foi não o chapéu mas sim o seu olhar de descontentamento como que a antecipar a guerra que se avizinhava e em que a abundante e variada fauna bravia do Parque Nacional da Gorongosa iria alimentar as facções combatentes durante 12 anos. Os hipopótamos que atingiam o número de  6.000 por todo o parque ficaram reduzidos a menos de 20, quando levei a cabo a primeira contagem aérea em 1994, depois de terem cessado as hostilidades. Todo o perímetro à volta do lago Urema estava pejado de ossos esbranquiçados de hipopótamos cuja carne e marfim tinham ajudado a sustentar uma guerra em que não houve vencedores. Voltei ao parque em algumas missões patrocinadas pela "IUCN - World Bank / GEF", inicialmente para assistir ao processo de reabilitação através da reocupação do parque e do combate à caça furtiva. A desminagem era a grande prioridade incluindo naturalmente a pista de aterragem de Chitengo que se tinha transformado num pedaço de savana com árvores sólidas, e que era o local de onde anteriormente levantávamos voo para as nossas contagens aéreas da fauna bravia.  

A reabilitação no que respeita à recuperação da fauna bravia era um processo lento mas ultimamente a boa sorte sorriu ao parque graças ao envolvimento do filantropo e conservacionista Greg Carr cuja dedicação e paixão tem trazido de volta o Parque da Gorongosa ao lugar que merece e que já foi seu: um dos melhores de África."

- Paul Dutton (*)

(*) Conservacionista e piloto de diversas contagens aéreas da fauna bravia da Gorongosa, desde 1968
             


NOTA DO SIGNATÁRIO:

Esta pequena história, que acaba de me ser enviada pelo Dr. Vasco Galante, director de Comunicação do Parque Nacional da Gorongosa, vem corroborar o que escrevi no Capº I das minhas memórias - Os meus primeiros contactos com a fauna bravia de Moçambique -, publicado em Março do ano 2000 no meu site pessoal, relativamente  à foto do "Hipopótamo com chapéu" e ao seu autor Paul Dutton, que na altura me facultou e autorizou a publicação da mesma foto. Recordo esse apontamento a título de colaboração nesta pequena peça de um grande puzzle que está a ser ordenado com vista à construção da HISTÓRIA do famoso Santuário da Vida Bravia de Moçambique:

 "Paul Dutton, conhecido ecologista sul africano que desde 1968 tem desempenhado em Moçambique tarefas muito valiosas no âmbito da conservação dos recursos naturais em geral e da fauna bravia em particular, tirou esta foto na lagoa Mareza, Parque Nacional da Gorongosa, em 1979, altura em que os efectivos desta espécie, neste Parque, rondavam os 6000 animais. Neste momento apenas 4 ou 5 dezenas se encontram ali! Esta foto, pela sua originalidade, foi premiada na África do Sul e mereceu a escolha de muitas revistas que a tornaram conhecida mundialmente. Apareceu ainda em cartazes e posteres de organizações de protecção à fauna.

Paul Dutton foi recentemente galardoado, em Johannesburg, com o prémio "Audi-Terra Nova", importante distinção a nível mundial atribuída anualmente a indivíduos que se destacam na protecção do meio ambiente e da fauna bravia.
Agradeço-lhe a cedência da foto e autorização para a publicar! "

Saudações amigas!
14 de Junho de 2011

Celestino Gonçalves