22 June 2009

59 - GORONGOSA - VISITA DE OPERADORES TURÍSTICOS E JORNALISTAS INGLESES

VISITA DE OPERADORES TURÍSTICOS
E JORNALISTAS DA INGLATERRA
AO
PARQUE NACIONAL DA GORONGOSA

Esta notícia acaba de ser divulgada pelo departamente de comunicação do Parque Nacional da Gorongosa e que aqui reproduzimos com a maior satisfação por ser mais uma prova do excelente trabalho que ali está a ser desenvolvido e que já desperta o interesse dos potenciais países de origem dos turistas como a Inglaterra.




Chegada das visitas a Chitengo


O Parque Nacional da Gorongosa (PNG) recebeu no dia 16 de Junho corrente um grupo de 11 personalidades, entre operadores turísticos e jornalistas, provenientes da Inglaterra, que visitaram recentemente a zona Sul e Centro do País, à procura de conhecer melhor e divulgar as potencialidades na área de turismo em Moçambique.


O grupo viaja acompanhado pelo conselheiro económico do Alto Comissariado de Moçambique no Reino Unido, Hiuane Abacar.


A comitiva chegou via terrestre na tarde do dia 16 de Junho em curso e foi recebida com a cortesia habitual pelo pelos membros da direcção do Projecto de Restauração do PNG, e era procedente do Vilanculo, província de Inhambane.


Os operadores turísticos e os profissionais da comunicação social em alusão estiveram três noites no acampamento turístico de Chitengo. No entanto, alguns componentes do grupo tiveram uma das dormidas no acampamento Exploradores da “One Africa”, uma empresa que explora em regime de exclusividade safaris de passeios privados no interior do Parque.


No fim da visita a esta zona de conservação, o conselheiro económico do Alto Comissariado de Moçambique no Reino Unido, Hiuane Abacar, disse que ficou efectivamente satisfeito pelo acolhimento, generosidade e sobretudo pela consolidação e sincronia da equipa de trabalho do PNG responsável pela restauração da fauna bravia e das infra-estruturas do Parque muito afectadas pelos efeitos do último conflito armado.


Por outro lado, disse ter constado uma considerável evolução dos números das diferentes espécies de animais, com particular destaque para a família dos antílopes, em relação ao período imediatamente pós-guerra civil.


“Penso que a restauração do Parque está a caminhar num bom caminho, pois nota-se uma evolução quantitativa das espécies bravias comparativamente há um tempo atrás que era muito difícil ver animais dada à sua redução, em consequência da caça durante a guerra civil. Por exemplo, durante o game drive de hoje (17 de Junho) vi numerosas manadas de antílopes”, enfatizou.


Num outro desenvolvimento, Hiuane Abacar disse que as individualidades VIP que acompanhava ficaram satisfeitas e impressionadas pela positiva com a diversidade do ecossistema do PNG, apesar de não tiverem a sorte de avistar-se com os Big Five (expressão que se refere aos cinco mamíferos selvagens de grande porte mais desejados pelos turistas, ou seja, leão, elefante-africano, búfalo-africano, leopardo e rinoceronte) que tanto almejavam contemplar.


“Todos ficaram satisfeitos e impressionados pela positiva com a variedade de espécies vegetais, numa combinação única de beleza”, referiu.


“Por isso, o facto de não puderem deparar-se com os Big Five não foi motivo de frustração para ninguém, todos sabem que eles existem. Ademais todos sabem que este é um parque com extensas áreas e não um jardim zoológico em que há concentração de animais numa pequena cerca, onde podem ser avistados a qualquer altura do dia”, disse.


“Também gostaram dos outros locais visitados antes de escalarmos o PNG, pelo que espero que tenham identificados oportunidades de negócios no nosso país” , concluiu Hiuane Abacar.


O conselheiro económico do Alto Comissariado de Moçambique no Reino Unido, Hiuane Abacar (à direita) em conversa amena durante o cocktail surpresa com João Viseu e Pedro Canteiro.


Os visitantes, para além de efectuar um safari a veículo, gozaram o privilégio de ver o pôr de sol no meio de uma planície exótica, nas margens do rio Sungué, onde foram obsequiados com um cocktail surpresa, algo que os encheu de satisfação.


Outra imagem do cocktail surpresa nas margens do rio Sungué

O grupo de operadores turísticos e jornalistas oriundos da Inglaterra, que visitaram há dias Maputo cidade, Maputo província e Inhambane (ilhas), na zona Sul, Gorongosa e Beira (Sofala), no Centro do País, à procura de melhor conhecer e divulgar o que de bom existe na área de turismo neste paraíso tropical que bordeja o Índico, estiveram em Moçambique de 13 a 20 de Junho em curso.

Carlitos Sunza
Departamento de Comunicação do PNG

06 June 2009

58 - GORONGOSA - VISITA DO EMBAIXADOR DE PORTUGAL

VISITA DO EMBAIXADOR DE PORTUGAL EM MOÇAMBIQUE AO
PARQUE NACIONAL DA GORONGOSA




Embaixador de Portugal e esposa no PNG

Do director da comunicação do Parque Nacional da Gorongosa, Vasco Galante, acabamos de receber a notícia abaixo inserida, relacionada com a visita do Embaixador de Portugal em Moçambique, Dr. Mário Godinho de Matos, ao referido Parque.

Registamos com muita satisfação esta notícia, que orgulha de uma maneira geral todos os portugueses e em especial aqueles que directa ou indirectamente deram ou estão a dar o seu contributo para a existência daquele maravilhoso parque africano, outrora conhecido como "Sala de Visitas" de Moçambique!


O embaixador de Portugal em Moçambique realizou a sua primeira visita oficial ao Parque Nacional de Gorongosa (PNG) de 21 a 24 de Maio corrente, no âmbito da vista às províncias de Manica e Sofala.
Mário Godinho de Matos foi recebido pelos membros seniores do Projecto de Restauração do PNG na tarde da data 21 de Maio de 2009, na comunidade de Vinho, ido da cidade de Chimoio, província de Manica. Tendo feito a travessia de barco do rio Púnguè para o acampamento turístico de Chitengo, onde ficou alojado por três dias.
Os parâmetros da reedificação das infra-estruturas, restauração da fauna bravia, protecção da integridade dos ecossistemas do Parque, bem como acções do desenvolvimento económico sustentável das comunidades da sua zona tampão, foram apresentados ao Embaixador no sentido de lhe proporcionar informações acerca de como as actividades de reconstrução do que a guerra civil destruiu nesta estância de conservação estão sendo levadas a cabo.
Ainda no PNG o embaixador acompanhado de sua esposa, embaixatriz Margarida Godinho de Matos, conheceu algumas obras de grande impacto da restauração do Parque e da sua responsabilidade social.
Neste âmbito, deslocou-se ao local do PNG designado por Site1 para testemunhar in loco a construção do Centro de Educação Comunitária (CEC) que está sendo edificado com o financiamento tripartido da Fundação Carr, da Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID) e da Cooperação Portuguesa através do Instituto Português de Apoio ao Desenvolvimento (IPAD), orçado num investimento estimado em dois milhões de dólares.
O CEC tem como o objectivo contribuir para a criação de uma nova ética social e ambiental, aliando a preocupação com os problemas globais ligados ao processo de degradação do meio ambiente, aos problemas actuais, resultantes da acção predatória do Homem. Para além de ministrar matérias ligadas a outros domínios, como por exemplo, cidadania, saúde sexual e reprodutiva, saneamento do meio, agricultura de conservação e empreendedorismo para a criação de auto-emprego com o intuito de incrementar o desenvolvimento sustentável das comunidades locais.


Mário Godinho de Matos recebendo a explicação de Dawid Alheit sobre as obras do CEC


No fim da sua visita a este local, Mário Godinho de Matos saudou de forma especial a equipa de gestão do PNG e, disse ter ficado impressionado com o projecto que chamou de muito válido na gestão sustentável do meio ambiente.
“Estou positivamente impressionado com o projecto completamente integrado no meio ambiente que acredito venha dar bons resultados no futuro para a população e para a sustentabilidade ambiental – disse Mário Godinho de Matos.
Segundo a fonte, o projecto mostra a capacidade da equipa de gestão do Projecto de Restauração do PNG na busca de soluções que permitem olhar para o futuro ambiental de forma sustentável. “O Centro de Educação Comunitária é magnífico e tem como objectivo encontrar soluções ligadas ao meio ambiente e à sua sustentabilidade”, destacou o embaixador de Portugal em Moçambique.
Por outro lado, disse ter ficado maravilhado com a biodiversidade do PNG “Também estou muito impressionado com a fauna e flora do Parque, dado ser a primeira vez que visito o Parque da Gorongosa”, finalizou.
O embaixador de Portugal em Moçambique, Mário Godinho de Matos, para além de visitar projectos da reedificação das infra-estruturas, da restauração da fauna bravia e da protecção da integridade dos ecossistemas do Parque, incluindo acções do desenvolvimento económico sustentável das comunidades da sua zona tampão, teve ainda a oportunidade de visitar a fábrica de secagem de frutas sita na Vila da Gorongosa e de efectuar dois safaris, bem como de visitar as cascatas do Murombodzi na Serra da Gorongosa e ver o pôr de sol em Bué – Maria.


Mário Godinho de Matos e a esposa,

acompanhados por Mateus Mutemba em Bué - Maria


Recordar que os portugueses, entre vários outros profissionais de distintas nacionalidades, fazem parte da equipa multidisciplinar do Projecto de Restauração do PNG com feitos positivos e de grande impacto elogiado ao nível nacional e internacional. A presença do Mário Godinho de Matos só vem enfatizar os laços históricos que desde sempre uniu os portugueses e moçambicanos.
Fotos: Vasco Galante e Carlitos Sunza
Texto: Carlitos José Sunza
Departamento de Comunicação /PNG
Saudações amigas!
Amor-Leiria, 6 de Junho de 2009
Celestino Gonçalves

28 May 2009

57 - GORONGOSA - NOVA MODALIDADE DE SAFARIS



"ONE AFRICA" INTRODUZ NOVAS FORMAS DE SAFARIS NO
PARQUE NACIONAL DA GORONGOSA




Acaba de ser divulgado pelo Departamento de Comunicação do Parque Nacional da Gorongosa, o início de uma nova modalidade de safaris neste famoso santuário da vida bravia de Moçambique.

Trata-se de passeios a pé e canoagem a cargo da empresa "One Africa", de origem Zimbabweana.

Os pormenores desta louvável iniciativa constam do comunicado do PNG, que a seguir se reproduz:

“One Africa” acaba de introduzir em regime de exclusividade safaris de passeios a pé (complementados com actividades de canoagem) no Parque Nacional da Gorongosa (PNG), uma área de conservação situada em pleno centro de Moçambique e que possui uma história notável, descrita pela empresa como uma zona selvagem com muito potencial turístico a explorar.

O projecto denominado Explore Gorongosa é a primeira iniciativa privada de ecoturismo a operar no PNG, cuja principal missão é oferecer uma série de caminhadas e canoagens, que visa introduzir os clientes nas maravilhas do mítico ecossistema da grande Gorongosa. Igualmente, vai oferecer várias experiências para a exploração de toda a gama das potencialidades turísticas da região através de expedições especiais às águas termais de Bué - Maria, às cascatas de Murombodzi, na Serra de Gorongosa e visitas às comunidades vizinhas.

De acordo com Rob Janisch, director de “One Africa”, Moçambique é um país extremamente diversificado e onde apenas algumas zonas, sobretudo praias, foram descobertas pelo turismo, mas as suas áreas selvagens situadas no interior, onde se inclui o PNG, têm muito por desvendar.

Rob explicou que uma das razões pelas quais a sua organização privilegia safaris a pé é por serem perfeitamente adequados para uma área de conservação, afirmando que quando alguém anda a pé descobre muitas histórias do mato, através da aprendizagem sobre as árvores e restante vegetação e, naturalmente caminhando mais perto dos animais. A outra grande vantagem no passeio pedestre é que permite chegar mais perto dos pássaros, proporcionando incríveis visualizações e captação fotográfica de pormenores.



“Os enorme espaços abertos e as várzeas ribeirinhas e florestais são ideais para explorar a pé, sem ruído de motores, o que permite ao turista ouvir os sons ao seu redor e ver todos os detalhes da região com ajuda da interpretação dos guias que mantém-no seguro de ataques dos animais selvagens” - acrescentou.


Caminhada na zona das acácias amarelas

Para os safaris do tipo caminhada e canoagem não estão estabelecidos itinerários. As jornadas de passeio cobrindo grupos de até oito pessoas no máximo terão uma programação flexível e acontecerão em diversas áreas do Parque, seguindo os mais altos padrões de segurança e orientação de guias especializados e com experiência na fauna moçambicana.

De acordo com a fonte, embora o serviço principal seja safaris a pé, o Explore Gorongosa irá fazer o que for preciso para explorar plenamente o Parque, como por exemplo, observar o pôr-do-sol enquanto se desfruta uma refrescante bebida ou comer debaixo de um esplêndido céu repleto de estrelas.

Para o efeito, conta com exclusivas tendas móveis e fixas, preparadas para todo o tipo de condições meteorológicas, num acampamento conhecido por “Exploradores”, situado no meio de uma ampla planície no interior do PNG.


Acampamento “Exploradores”


“One Africa” é uma pequena sociedade de gerência de safaris privados de origem zimbabueana fundada em 2006, em Victoria Falls, pelo casal Jos e Rob Janisch.

Ambos, após terem se envolvidos intensivamente ao longo da última década na indústria de safari, tanto no terreno, como na orientação e funções de gestão, perceberam que existem outras oportunidades a explorar na área através de uma abordagem inovadora ao conceito de safaris de ecoturismo.

Nesta perspectiva, estabeleceram vários contactos junto às diversas entidades que gerem o turismo em Moçambique, apresentando propostas para concessões e licenças de exploração de ecoturismo.

Em Moçambique inicialmente conseguiram uma concessão na Reserva do Niassa onde foi aplicado o conceito de luxuosos safaris móveis, resultante da implementação do projecto ecoturístico designado “Moja Explore”, e agora um acordo de cinco anos com o PNG.



O director de “One Africa”, Rob Janisch

Ao divulgarmos esta notícia, ocorre-nos uma outra modalidade turística de grande sucesso que é praticada em vários países africanos e sobretudo nos parques e reservas da fauna bravia. Trata-se do balonismo, que Moçambique ainda não conhece, mas que tudo indica o próprio Parque da Gorongosa poderá vir a ter em breve. Pelo menos uma empesa portuguesa do ramo já se mostrou interessada nessa exploração!

Saudamos todas estas iniciativas porque sabemos que elas contribuem para o desenvolvimento cada vez maior do referido Parque!

Amor-Leiria, 28 de Maio de 2009

Celestino Gonçalves

05 May 2009

56 - GORONGOSA - CONFERÊNCIA EM LISBOA










CONFERÊNCIA


DESENVOLVIMENTO E AMBIENTE


EXPERIÊNCIA DO PARQUE NACIONAL DA GORONGOSA


Integrada no ciclo de conferências "Os Dias do Desenvolvimento '09", promovido pelo Ministério do Ambiente, realizou-se no dia 28 do mês de Abril findo no Centro de Conferências de Lisboa (antiga FIL), uma conferência subordinada ao tema "Desenvolvimento e Ambiente - Experiência do Parque Nacional da Gorongosa".

Foi moderador o Secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros e da Cooperação, Professor Doutor João Gomes Cravinho e intervenientes Christophe Bouvier, Director Regional do Programa das Nações Unidas para o Ambiente - PNUA (Genebra), Dr Alberto Vaquina, Governador da Provícia de Sofala (Beira - Moçambique) e Vasco Galante, Director da Comunicação do Parque Nacional da Gorongosa em representação de Greg Carr, Presidente da Fundação Carr que suporta o projecto de restauração deste Parque e que não esteve presente devido ao falecimento de seu pai nos USA.

As intervenções de ambos os representantes de Moçambique, Dr. Alberto Vaquina e Vasco Galante, foram coroadas de prolongadas salvas de palmas, premiando assim o excelente trabalho que ambos apresentaram e que deram uma excelente visão do potencial turístico da Província de Sofala e do Parque Nacional da Gorongosa, assim como dos trabalhos já efectuados e programados para o restauro deste famoso santuário da fauna bravia que esteve prestes a desaparecer nas décadas de 80 e 90 face à guera civíl que grassou na região.

O auditório do CCL registou uma grande audiência, entre a qual se encontravam algumas figuras que no passado estiveram ligadas ao referido Parque, nomeadamente o Coronel Pinto Soares (director na década de 40), Dr. Albano Cortez (director em 1973), Drª Manuela Vilhena (veterinária-colaboradora no período pós independência) e Celestino Gonçalves (fiscal de caça e adjunto de direcção de 1963 a 1969).
O acontecimento mereceu a atenção de vários órgãos de comunicação, nacionais e estrangeiros, entre eles o "Diário de Notícias" que na sua edição de hoje publica um artigo do conceituado jornalista David Borges, encimado com uma bela fotografia do mais representativo animal da Gorongosa - o elefante -, que também ilustra esta notícia.

Pelo excelente relato ali produzido, aqui fica o mencionado artigo:




Milionário americano ajuda a renascer

o Parque da Gorongosa

por: DAVID BORGES



(Hoje)





Fascinantes imagens da província de Sofala e do Parque Nacional da Gorongosa foram há dias trazidas de Moçambique para Lisboa, numa acção seguramente muito promocional e que indicam uma nova aposta do turismo moçambicano. O governador de Sofala, Alberto Vaquina, e o director de comunicação do Parque Nacional da Gorongosa, Vasco Galante, puseram os circunstantes sob uma autêntica cascata de belezas africanas, faltando a prometida presença de Greg Carr, o milionário americano cuja fundação suporta a revitali-zação do histórico santuário ecológico da Gorongosa, já notícia destacada nos quatro cantos do mundo e que merece importantes páginas na edição de Abril da National Geographic.

Carr não veio a Lisboa (devido ao falecimento do pai) mas mandou dizer, por Vasco Galante, que "este país (Portugal) é muito bonito" e que tem "muitos amigos portugueses", antes de se situar na Gorongosa e na restauração do parque, que está a ser feita no quadro de "um acordo, por vinte anos, com o Governo de Moçambique".

O projecto de restauração tem como duplo objectivo a restauração do ecossistema da região da Gorongosa e a redução da pobreza nas comunidades tradicionais que circundam o parque", e Greg Carr espera que "ambos os objectivos se complementem", já que a restauração da Gorongosa, ajudando a criar "uma grande e próspera indústria turística", vai dar "emprego à comunidade local e impulsionar as actividades económicas na região".

O milionário americano salienta: "Para conservar o parque é preciso o apoio das comunidades locais", para que não haja caça furtiva, derrube de árvores das flo- restas tropicais e poluição das águas que correm para o parque".
"Se as comunidades ajudarem a conservar o parque - acrescenta -, então o parque pode pagar com juros esse favor, libertando a região da sua actual situação de pobreza." E destaca o trabalho a realizar na chamada zona-tampão, que é "uma área de desenvolvimento sustentável que circunda o parque e na qual se ajuda as comunidades locais a melhorar as técnicas agrícolas". "Uma agricultura mais produtiva, e verde, melhora o rendimento das famílias e protege e conserva a terra", afirma, acrescentando que, "se os agricultores obtiverem melhores resultados nas terras, não necessitarão de destruir floresta tropical virgem para expandirem as suas actividades agrícolas".

Noutro plano, e com o apoio do Instituto Português de Apoio ao Desenvolvimento, nasce um centro de educação comunitária, à entrada do parque, com salas de aula, dormitórios, biblioteca e escritórios e onde as comunidades locais receberão formação sobre conservação, agricultura sustentável e turismo, "descobrindo o que é um parque nacional e novas formas de se relacionarem com o que produzirá benefícios para ambas as partes".

Actualmente, em África, existem mais de 900 parques nacionais e, como diz Greg Carr, "muitos de- les não possuem recursos nem gestão adequada e têm o seu futuro ameaçado", podendo o projecto da Gorongosa ser "replicável", chamando a atenção para o facto de ter África "um terço da biodiversidade terrestre de todo o mundo, muita da qual está representada nos parques, tendo, também, uma parte da pobreza mais gritante do planeta". E se for possível, como salienta, "conservar esses parques para que contribuam para o de-senvolvimento económico das regiões onde estão integrados, estaremos a fazer uma diferença importante neste mundo, quer na preservação da biodiversidade quer na redução da pobreza".

Dr. Alberto Vaquina, Governador da Beira, no uso da palavra!


Tanta coisa para ver na região de Sofala!

Sofala não tem só "o melhor parque natural do mundo" - o da Gorongosa, como o designa o Governador de Sofala, Alberto Vaquina. As atracções sucedem-se nesta região: o camarão, por exemplo. "Só há dois tipos - o de Moçambique, de Sofala, e o do resto do mundo", diz o governador. Tem uma costa de mais de 300 km. E savana, montanha, uma vasta riqueza hídrica e a Gorongosa como santuário de uma espantosa biodiversidade. E a reserva de búfalos de Marromeu e as zonas húmidas do Zambeze e as grutas de Kodzué. E incontáveis monumentos pré-coloniais e coloniais. Sofala é ainda a mítica província da Beira, mítica cidade com o porto e o corredor que tem o seu nome - que vai do interior ao mar.


REPORTAGEM FOTOGRÁFICA



Vasco Galante apesentando o trabalho sobre a restauração do PNG


Aspecto parcial da assistência no audiotório do CCL

No final da conferência Vasco Galante recebe felicitações. O jornalista David Borges e o Embaixador de Moçambique assistem!

O Coronel Pinto Soares, figura histórica do PNG e da cidade da Beira, é cumprimentado pelo Governador da Provincia de Sofala no final da conferência





Embaixador de Moçambique, Governador de Sofala e Celestino Gonçalves, após a conferência


Vasco Galante, Dr. Albano Cortez e Drª Manuela Vilhena em franca conversa no rescaldo da cerimónia.




Coronel Pinto Soares e Celestino Gonçalves - duas gerações de colaboradores do PNG que se encontram pela primeira vez!


Vasco Galante e o Coronel Pinto Soares - o presente e o passado de figuras muito dedicadas ao Parque Nacional da Gorongosa!





Celestino Gonçalves, Drª Maria José Coimbra, Rita Galvão e Dr Albano Cortez - numa pose antes do almoço na Junqueira no dia da Conferência.


Saudações amigas!


Amor-Leiria, 10 de Maio de 2009


Celestino Gonçalves

25 April 2009

55 - CARTAS DA BEIRA DO ÍNDICO (16)





CARTAS DA BEIRA DO ÍNDICO


(16)


ÚLTIMO DIA DE FÉRIAS EM MOÇAMBIQUE

(2008/2009)

A ENTREVISTA QUE SE IMPUNHA




Deixei Maputo há cerca de quatro horas atrás!

A bordo do avião da TAP na viagem de regresso a Lisboa e ainda sob a emoção da despedida, que é sempre difícil para quem deixa a família, os amigos e a sua terra do coração, interrogo-me como passaram tão depressa os últimos seis meses, tempo que durou a nossa estadia em Moçambique!

Não obstante o desconforto dos assentos da turística, exíguos e forrados com tudo menos espuma de borracha, aproveito a viagem para alinhavar estas breves linhas, que encerram a série das “cartas” que escrevi e publiquei durante a estadia. Serão breves e pouco inspiradas porque carrego ainda o cansaço do último dia muito agitado em Maputo e de uma noite mal dormida!

No Moçambique actual e concretamente na cidade de Maputo, não é fácil programar e executar atempadamente qualquer tarefa, sobretudo se a mesma depende de deslocações. Ali tudo mudou e os velhos hábitos de vida pacata são apenas resquícios do passado! Anda tudo numa roda viva na corrida para o emprego, a levar os filhos à escola, a fazer compras, etc. Perde-se um tempo infinito no trânsito, que é simplesmente caótico não só nas horas de ponta mas durante todo o dia, onde uma praga chamada “chapas” se instalou e tomou conta da cidade em todas as suas principais artérias!
Como numa boa parte dos dias passados em Maputo andei envolvido nesse trânsito, acabei por me habituar a adiar para o dia seguinte o que não podia fazer no dia aprazado.

Nesse ciclo vicioso, acabei por ser apanhado com montes de coisas por fazer no último dia da estadia. Compras de última hora e despedidas obrigaram-me a um corre-corre pela cidade, que não foi fácil e até me causou alguns arrepios quando cruzava ou era ultrapassado pelos “chapas”!

Uma tarefa especial fora agendada para esse dia e por isso me condicionou ainda mais, sobretudo para distribuir abraços de despedida a alguns amigos que tiveram de se contentar com um telefonema.


A Rádio Televisão Portuguesa (RTP), em parceria com o consagrado escritor e biólogo moçambicano, Mia Couto, e a sua empresa “IMPACTO”, desde o ano passado que iniciou filmagens para documentários sobre os 12 Parques Nacionais e Reservas de Fauna Bravia de Moçambique. Aproveitando a minha estadia em Moçambique, convidaram-me para participar neste projecto para falar sobre a história dessas áreas de conservação a que estive ligado devido às  funções que exerci neste país, tendo sido programada uma prolongada deslocação, durante o mês de Março, a algumas dessas áreas. Contudo,  devido a uma inesperada viagem, por motivos de saúde,  que o Mia Couto foi forçado a fazer  a Portugal,  essa colaboração foi limitada a uma entrevista a realizar em Maputo após o seu regresso.

Conduzida pelo próprio Mia, acabado de regressar a Maputo, a  entrevista realizou-se justamente na véspera do meu regresso a Lisboa, tendo  decorrido nos jardins  do mais categorizado complexo turístico da capital, o moderno Indy Village (Grupo Visabeira),  em plena Sommerschield II.


Porque o tema principal era a Gorongosa e o episódio relacionado com o primeiro encontro entre os responsáveis do Parque  e da Frelimo, em 1974, logo após o 25 de Abril em Portugal, a entrevista englobou também o coronel Cara Alegre, um histórico comandante da Luta Armada que teve papel preponderante em Manica e Sofala nos últimos anos da guerra colonial. Foi este, precisamente, o responsável da Frelimo que em Agosto de 1974, na vila da Gorongosa, fez o primeiro contacto com as autoridades coloniais, civis e militares, da região, num encontro que ficou memorável pela forma cordial e entusiástica como ambas as partes se reuniram e apertaram as mãos.  A esse encontro eu próprio estive presente, com uma delegação composta por veteranos do Parque, e daí resultou uma estreita ligação com este responsável da Frelimo que desde logo se mostrou receptivo aos apelos que lhe fizemos para colaborar na defesa do Parque, que na altura vivia uma da suas maiores crises justamente por se atravessar um período de grande instabilidade política e, sobretudo, de grande incerteza quanto ao futuro da colónia.

E foi acerca desse encontro e das acções que do mesmo resultaram que os entrevistados falaram para as câmaras da RTP, recordando episódios marcantes da vida do Parque da Gorongosa, então ameaçado de uma verdadeira catástrofe que era o desaparecimento da sua fauna!

Ver a crónica desse memorável encontro em:


Esperamos que esta nossa contribuição valorize o interessante trabalho que a RTP/IMPACTO  está a fazer para divulgar os Parques e Reservas de Moçambique.

Não posso esquecer a alegria que senti ao rever o amigo comandante Cara Alegre e com ele recordar os momentos do nosso encontro e recepção que lhe proporcionamos na Gorongosa, em 1974,  assim como o convívio dessa gratificante tarde, em que, à margem da entrevista,  Mia Couto e os elementos da equipa da RTP, nos rodearam de atenções e felicitaram pelo trabalho que ambos desenvolvemos há mais de três décadas em defesa do Parque Nacional da Gorongosa. Direi mesmo que foi um dos pontos altos da estadia e um saboroso presente  a encerrar com chave de ouro as maravilhosas férias em Moçambique.  

NOTA FINAL
Sendo esta a última Carta da beira do Índico, relacionada com a prolongada estadia em Moçambique, quero agradecer a todos quantos pacientemente acompanharam estas modestas crónicas, particularmente aos que deixaram os seus comentários e me enviaram mensagens de incentivo.

A todos o meu abraço e a promessa de, na próxima viagem, voltar a escrever sobre as Terras da beira do Índico!



Saudações amigas!

Algures sobre o continente africano, 16 de Abril de 2009

Celestino Gonçalves


                                                              *   *   *





ALGUMAS FOTOS DA ENTREVISTA




Um brinde com o comandante Cara Alegre antes da entrevista



Mia Couto apresenta o guião da entrevista



Montagem do cenário para a entrevista



Uma fase da entrevista


Uma pose final com o chefe da equipa da RTP


F I M 





10 April 2009

54 - CARTAS DA BEIRA DO ÍNDICO (15)

CARTAS DA BEIRA DO ÍNDICO

(15)

FÉRIAS DA PÁSCOA NAS PRAIAS DE XAI-XAI E PARADISE VIEW


Aproxima-se do fim a nossa estadia em Moçambique, iniciada em Outubro do ano transacto nesta querida terra onde vivi e fiz o meu percurso profissional entre 1952 e 1990!

Quis o destino que parte da minha família directa tivesse ficado ligada ao país pelos laços da nacionalidade e isso me dá a grande felicidade de poder vir cá, pelo menos de dois em dois anos e com estadias que variam entre os três e os seis meses, sempre acompanhado, naturalmente, pela xinavanense que me atura há mais de meio século!

Depois de termos atingido o estatuto de anciãos, a dificuldade de suportar os rigorosos invernos na santa terrinha é cada vez maior, daí sentirmos cada vez mais necessidade de permanecer por mais tempo aqui pela beira do Índico!

E é justamente à beirinha do Índico, quando faltam poucas horas para regressarmos a Maputo, que estou a alinhavar estas linhas, provavelmente as últimas desta estadia para a série das “Cartas”, pois faltam poucos dias para o regresso a Lisboa.

Aproveitando as férias da Páscoa das netas (a mais velha foi para a Ponta do Ouro integrada no grupo de finalistas da Escola Portuguesa), a família decidiu passar estes dias na praia e como é habitual o Xai-Xai foi o local de preferência! Até parece que lhes transmitimos esta “doença”, pois na verdade é a nossa praia de eleição desde que aqui passamos a lua de mel no já longínquo ano de 1956!

Como há muito havia na família a curiosidade de conhecer por dentro um dos Resorts mais famosos desta região, cinco dos oito dias de férias foram reservados para o Paradise View , um complexo turístico à boa maneira sul africana, situado entre as praias de Chongoene e Chidenguele, a 45 Km do Xai-Xai. Para ali nos transferimos no passado dia 5 e ocupámos uma das 60 casas (projecto ainda em construção), dispostas em locais estratégicos das dunas, numa frente de cerca de dois quilómetros junto à praia.
Perto deste complexo existem outros com idênticas condições de alojamento e serviços de apoio, onde não faltam barcos e motas de quatro rodas para alugar, serviço de safaris de pesca e mergulho, piscinas, restaurantes, lojas de alimentos e recordações, etc. A norte, destacam-se os Resorts “Zona Braza”, “Chizavane-Nascer do Sol”, “Nikwaz Lodg” e “Paraíso de Chidenguele”. A sul ficam os complexos “Xai-Xai Beach Resort” e “Paradise Magoo”. Todos eles são servidos por rede pública de energia eléctrica. As construções em madeira cobertas a colmo, conhecidas por bungalows, têm excelente qualidade e estão equipadas a rigor, incluindo ar condicionado, tendo cada uma delas uma pequena piscina no deck virado ao mar. Ficam isoladas umas das outras, com a floresta a protegê-las dos ventos, tornando assim o ambiente muito tranquilo e privado. Basta trazer na bagagem os produtos de alimentação!
As praias aqui são todas ao estilo da do Xai-Xai, com a grande barreira de rocha a cerca de cem metros das areias, o que permite boa segurança aos banhistas em qualquer das marés. Para se atingir a praia a pé utilizam-se carreiros que são complementados por escadarias em madeira nas casas situadas nos pontos mais altos. Contudo, também existem acessos para as viaturas e locais próprios para estacionamento e lançamento dos barcos ao mar.

Como se está na época da Páscoa, os acampamentos estão praticamente lotados de turistas, muitos deles adeptos da pesca em alto mar, o que torna os locais de lançamento dos barcos muito movimentados.

Dada a qualidade destes complexos turísticos, dos locais paradisíacos onde se encontram e os serviços que prestam, naturalmente que os preços não são pêra doce, variando consoante a época (baixa ou alta), e também em função do tamanho da casa. A maioria dos frequentadores são sul- africanos, mas também moçambicanos e de várias outras nacionalidades aqui viemos encontrar, embora se saiba que este tipo de turismo não está ao alcance da maioria esmagadora do cidadão comum deste país!
Uma casa com dois quartos de casal e duas camas de solteiro no sótão aberto, custa por dia 1.600,00 Randes (mais ou menos 170,00 €uros)!

Aproveitámos para visitar os Resorts “Zona Braza” e “Chizavane-Nascer do Sol” e até passamos uma excelente manhã na praia deste último, que é a que mais se assemelha à do Xai-Xai e onde se encontram ainda sinais da presença do comerciante português de nome Nogueira que foi o primeiro a abrir ali um acampamento turístico. A praia tem o nome da povoação comercial de Chizavane, que fica junto da estrada nacional nº 1, a dez quilómetros de distância, onde o mesmo comerciante explorava uma cantina. Actualmente o proprietário, que é sul-africano, acrescentou-lhe "Nascer do Sol", talvez para a tornar mais atraente na propaganda!

São famosos ali os peixes e mariscos servidos no restaurante e nós não quisemos deixar de os saborear, podendo agora testemunhar a veracidade dessa fama!

À beira do Índico, 9 de Abril de 2009

Celestino Gonçalves
REPORTAGEM FOTOGRÁFICA
Recanto sul da praia de Xai-Xai
Comprando caranguejos na praia de Xai-Xai
Ostras do Xai-Xai
Comprando uma túnica em Xai-Xai
Vendedor de artesanato na praia
Recepção do "Paradise View"
Observando o cartaz do "Paradise View"
O bungalow onde ficamos em Paradise View
Quarto de casal do bungalow
Observando a praia no deck do bungalow
Na piscina do bungalow
Parte sul da praia de Paradise View
Praia e bungalows de Paradise View
Uma manada de vacas desceu à praia para refrescar
Placa do Lodge de "Zona Braza"
Placa do Lodge de Chizavave-Nascer do Sol
Um trecho da bonita praia de Chizavane
Outro trecho da mesma praia
Em Chinazane até as crianças usam pranchas!
Placa indicando a proibição de entrada de viaturas na praia
Mas as viaturas circulam e estacionam aqui e noutras praias
O descaramento é tal que entram e saiem pelo portal onde está o aviso do MICOA
"Palácio dos casamentos" na praia de Chizavane
Pescadora em Chizavane
Restaurante da praia de Chizavane
Esperando pelo almoço em Chizavane!
A hora chegou e o manjar era excelente!