(SEGUNDA PARTE)
1 - INTRODUÇÃO
Como fiz menção na primeira parte desta crónica, constituiu-se no Chitengo, em fins do mês de Julho de 1974, logo após a desmobilização do contingente de 120 homens da OPV, uma comissão de trabalhadores composta por elementos representativos dos diversos sectores da vida do Parque, para se analisar a situação e estudarem-se medidas adequadas para fazer regressar à normalidade as actividades que se encontravam praticamente paralisadas desde o “25 de Abril”.
A administração do Parque, que na altura estava desfalcada dos seus habituais responsáveis, nada podia fazer perante a indisciplina que se instalou no seio dos trabalhadores levados por uns quantos agitadores que se aproveitaram da confusão que a mudança política naturalmente provocou. Os caçadores furtivos encontraram o caminho aberto naquele reino sem controle e até no acampamento de Chitengo se ouviam com frequência os tiros que em pleno dia derrubavam os elefantes!
A única medida era pedir auxílio à FRELIMO, através dos comandantes militares da região, pois só esses podiam ajudar a resolver semelhante situação. Os voluntários da OPV, que ali foram instalados para garantir a continuação do turismo no Parque e o funcionamentos dos postos de fiscalização, tiveram o pior dos comportamentos ao transformarem-se, eles próprios, em caçadores furtivos. Pior ainda, hostilizavam e até agrediam os responsáveis do Parque que os pretendiam impedir de cometer semelhantes transgressões.
A companhia de tropa portuguesa, instalada no Chitengo com a finalidade de garantir a segurança na região do Parque, recolheu os seus homens à caserna e deixou de operar, esperando apenas e ansiosamente, ordens para o seu regresso a Portugal.
Vivia-se no Chitengo um clima de incertezas, até pela táctica da Frelimo que na região demorou em sair da mata, talvez com a desconfiança natural de quem manteve uma guerra tantos anos à espera de atingir os seus objectivos, que agora mesmo ainda não estavam definidos por falta do acordo final que só a 7 de Setembro seguinte veio a ser assinado entre as partes, em Luzaca - Zambia.
Ficar de braços cruzados a ver os efectivos dos animais mais representativos a diminuírem dia após dia, era uma situação incomportável a um punhado de fieis guardiões do Parque, precisamente aqueles que formaram a dita comissão que, comigo à cabeça, decidiu tomar medidas. E estas eram de contactar rapidamente os responsáveis das bases da FRELIMO, sediadas algures na Serra da Gorongosa e na região de Bué Maria.
Receava-se, contudo. que qualquer iniciativa nossa, sem contactos prévios, viesse a ser mal sucedida, pelo que resolvemos procurar a pessoa mais indicada, o Dário Mosca, abastado comerciante e industrial da vila da Gorongosa, pessoa muito estimada na região. Ele nos disse que estava já a preparar a vinda à vila do comandante da base da Serra. para haver ali um encontro com as tropas portuguesas e a própria população da vila. Era uma boa altura para que uma delegação do Parque estivesse também presente neste acontecimento histórico.
Enquanto aguardamos a resposta, amadurecemos a ideia de preparar uma mensagem para entregar ao comandante da Frelimo. A ideia inicial era de enviarmos dois estafetas à Serra para entregar directamente a mensagem, que, entretanto, a 4 de Agosto, ficou concluída. Mas voluntários para a arriscada tarefa de entrega não surgiram. Os próprios anciãos da comissão, estavam muito cépticos quanto à reacção dos combatentes e nenhum aceitou a arriscada missão.
Cerca de uma semana depois do apelo que fizemos ao Mosca, recebemos deste o recado que muito desejávamos. Tinha a promessa do comandante Cara Alegre de visitar a Vila no dia seguinte, dia 11 de Agosto.
E lá estivemos no memorável encontro! Como chefe da delegação e depois de apresentar ao comandante Cara Alegre os companheiros da comissão, li a seguir e em voz alta a mensagem, com a emoção que o momento obrigava a sentir. de entre os quais e aplaudiram no final. As minhas palavras foram escutadas em silêncio pelos presentes, no interior de das instalações hoteleiras do Dário Mosca, se encontravam, para além do comandante da Frelimo e membros da sua delegação, do comandante o comandante do batalhão portuguê e alguns dos seus oficiaiss, o Este responsável da FRELIMO, que ali prometeu enviar esta mensagem ao seu comandante máximo, Samora Machel, garantiu-me, mais tarde e já em Maputo, que este a recebeu quando estava em Luzaka com a delegação da FRELIMO para a assinatura do acordo com os representantes do governo português – 7 de Setembro de 1974 –, que conduziu Moçambique à independência.
Esse documento, que felizmente faz parte do meu arquivo e já resistiu 33 anos, por ter sido batido em stencil e copiado com tintas e em papel de pouca qualidade, está mal conservado e não dá reprodução fiel, pelo que a sua cópia foi a solução. Aqui fica, tal como o seu anexo.
2 – A MENSAGEM ENTREGUE À FRELIMO
MENSAGEM DOS TRABALHADORES DO
PARQUE NACIONAL DA GORNGOSA
AOS COMBATENTES DA FRELIMO
Prezados camaradas!
Chegou a hora de darmos as mãos para a construção do Moçambique Novo, pelo qual vós lutais há tantos anos de armas na mão!
Chegou a hora de reconstruir esta Terra, tão abalada por treze anos de uma guerra contra os governantes colonialistas!
O novo governo português, depois de ter demitido aqueles governantes no histórico golpe de Estado de 25 de Abril, abriu já o caminho para a total independência de Moçambique.
O General Spínola – novo Presidente de Portugal – no seu memorável discurso de 27 de Julho findo, proclamou o direito dos povos africanos de Moçambique, Angola e Guiné à total independência.
Nessa proclamação disse solenemente:
“…………PODEM AGORA OS SOLDADOS DE AMBOS OS LADOS ARRUMAR
AS ARMAS E DAREM AS MÃOS PARA EM PAZ CONSTRUIREM UM PAÍS
NOVO…..”
Logo após aquela data, em todo o Moçambique se tem festejado a vitória do seu Povo, conduzido pela FRELIMO ao longo destes anos de luta!
O cessar fogo é uma realidade em muitos pontos do território, havendo em muitos lados uma leal colaboração entre as tropas da Frelimo e os soldados portugueses, que retiram as minas das estradas e confraternizam nas próprias bases e aquartelamentos.
A guerra acabou finalmente, para bem de todos, porque redundou na mais justa das vitórias: a independência do Povo de Moçambique.
Só quem não recebe notícias pode ignorar o que se passa. É preciso que todos saibam: Moçambique é uma Nação Livre!
Nesta hora de alegria para o povo moçambicano, todos os trabalhadores do Parque Nacional da Gorongosa, reunidos especialmente para elaboração desta mensagem, vêm manifestar o seu regozijo por ter acabado a guerra e declararem o seu firme desejo de colaborar com o futuro governo moçambicano na reconstrução desta próspera Terra por forma a nela SER ERGUIDA A Nação que todos ambicionam.
Nesta tarefa, que só é possível na paz, todos nós temos um papel importante.
Nós, os homens e mulheres que trabalham no Parque Nacional da Gorongosa, queremos ardentemente participar na obra que vai seguir-se.
Dentro da missão que nos compete – zelar pelo património faunístico da Nação – solicitamos a melhor compreensão de todos, camaradas da Frelimo e residentes na região do Parque.
Às pessoas menos esclarecidas sobre a verdadeira razão da existência do Parque da Gorongosa, desejamos informar que ele representa uma riqueza da Nação Moçambicana; que essa riqueza pertence ao povo moçambicano em geral e não aos que aqui trabalham; que os animais que aqui protegemos constituem o símbolo dessa riqueza; que é dever de todos nós conservar na Terra os Parques Nacionais onde esteja garantida a continuidade dos representantes de todos os seres vivos, para os legarmos às gerações vindouras; que o Parque da Gorongosa é e será sempre o melhor reduto da fauna em Moçambique; que este Parque, como “Sala de Visitas”, há-de ser motivo de orgulho de todos os moçambicanos quando utilizado na sua verdadeira finalidade (recepção de amigos, exploração turística a nível internacional, manifestações de carácter turístico, cultural e científico, etc.); que o Parque bem organizado, como estão os famosos Parques da Tanzânia, Kénia, Uganda e outros países independentes de África, muito contribuirá para que Moçambique acarrete com preciosas divisas estrangeiras para os seus cofres, como sucede naqueles países, nomeadamente no Kénia onde o turismo deste género fornece uma das principais receitas ao Estado.
Também o futuro governo de Moçambique independente há-de conservar e desenvolver este maravilhoso Parque, construindo nele as necessárias estruturas com vista ao progresso que em todos os sectores se irá verificar em todo o território.
Repetimos: O Parque Nacional da Gorongosa será um dos motivos de orgulho do povo moçambicano e as próprias populações vizinhas, que naturalmente serão respeitadas nos seus direitos, muito virão a beneficiar dele.
Lembra-se aqui, com muita satisfação, que numa das recentes emissões da “Voz da Frelimo”, foi feita referência ao Parque da Gorongosa como sendo “uma mina de Moçambique”. Isto dá-nos a consoladora certeza de que os responsáveis pela futura administração estão absolutamente informados sobre o valor deste Parque e que para o mesmo reservam já um plano de conservação adequado.
É apoiados neste conceito que nós, trabalhadores do Parque, sentimos ânimo e confiança nos futuros governantes e nos propomos dar todo o esforço na tarefa que vai seguir-se.
Pedimos pois a melhor compreensão para o nosso trabalho e o respeito pelas funções que nos atribuíram, sobretudo nesta fase de transição, pois temos a certeza que no futuro não nos faltará uma directriz orientada segundo os melhores interesses da Nação.
Neste momento, em que muitos – ou quase todos – habitantes da região ignoram o valor e a finalidade deste Parque, podem existir alguns ressentimentos contra os nossos guardas e fiscais, por proibirem a caça. Pois ninguém, depois de esclarecido, poderá levar a mal termos cumprido as nossas obrigações. Fazemo-lo pensando sempre no futuro, podendo nesta altura constituir um motivo de orgulho para todos quantos, de uma forma ou outra, contribuíram para legar ao Moçambique Independente tão valioso património, hoje em dia tão importante como os restantes que constituem a riqueza desta Terra.
Queremos prestar este esclarecimento aos nobres soldados da Frente de Libertação de Moçambique, nesta hora do “apertar de mãos”, para que fique inequivocamente conhecida a posição que todos os trabalhadores do Parque Nacional da Gorongosa têm assumido na defesa dos interesses comuns e o seu propósito de continuarem a pugnar pelo património da Nação Moçambicana.
Desfeitas possíveis más interpretações que porventura se tenham arreigado em consequência da falta de esclarecimento sobre a orientação do pessoal ao serviço no Parque Nacional da Gorongosa, todos nós pedimos que seja feita a aproximação. Necessitamos dela para solucionar problemas que presentemente ameaçam a vida do Parque, tais como os relacionados com a repressão à caça dos elefantes praticada por furtivos vindos das cidades, que aproveitando-se da situação confusa praticam as maiores barbaridades para obterem lucros fáceis.
É preciso salvarmos o Parque desses furtivos. É preciso reestruturar rapidamente a fiscalização nos postos ora abandonados por motivos que neste momento já não têm razão de existir.
Para tanto precisamos do auxílio da FRELIMO, a exemplo do que sucede noutros pontos de Moçambique.
Quanto mais tarde entrarmos no bom caminho, da paz e da fraternidade, maiores serão os prejuízos para o património que aqui estamos a defender e consequentemente para a economia da Nação Moçambicana.
CAMARADAS !
A vossa colaboração é urgente. Ajudem-nos a proteger o Parque dos reaccionários, que Aproveitando-se da presente situação não só abatem a caça para negócio como ameaçam destruir os nossos acampamentos.
Temos instalações a defender desses “furtivos”, como seja a Bela-Vista, onde há casas que custaram muito dinheiro e muito trabalho a todos nós.
Pretendemos que todos os acampamentos voltem a ser ocupados tranquilamente por nós próprios, na proporção que era hábito para assegurar a fiscalização das respectivas áreas.
Sem a vossa ajuda, porém, a tarefa é não só difícil como mal interpretada.
Não queremos pegar em armas – as nossas armas habituais são as que utilizamos na defesa contra eventuais ataques de animais – para defender este valioso património. Queremos sim o entendimento, nesta hora de transição, que é a hora em que os homens terão de se conhecer.
Venham pois, camaradas, dialogar sobre a melhor forma de todos unidos garantirmos a continuidade da riqueza e a construção de um Moçambique Novo.
De agora em diante aguardamos a vossa vinda, as vossas mensagens de amizade, os vossos encontros fraternos, para juntos confraternizarmos na paz e traçarmos um novo rumo, uma vida melhor.
Julgamos não terem qualquer dúvida na nossa honestidade e o facto de nunca termos sido guerrilheiros bem atesta a melhor das nossas intenções, embora também estes já tenham deposto as armas e aguardem a união total.
A nossa missão não pode ser confundida e nunca se emiscuiu em problemas da guerra. Servimos sempre a causa da fauna e queremos continuar fieis à mesma.
Apelamos para a vossa compreensão, pois estamos numa luta de interesses paralela à vossa: a luta por Moçambique livre, independente e próspero.
A História há-de registar toda a epopeia destes treze anos de luta heróica para tornar Moçambique independente. Estamos todos crentes que os vindouros acrescentarão nela um capítulo próprio em homenagem aos bravos soldados que ajudaram a salvar o mais belo santuário de caça de todo o Mundo, que é esta nossa – de todos – GORONGOSA.
Aqui os esperamos, camaradas da FRELIMO, no Chitengo ou em qualquer outro ponto do Parque, na certeza que virão na paz, para “darmos as mãos” e resolvermos os nossos problemas.
Assim, todos os trabalhadores do Parque Nacional da Gorongosa vos saúdam e gritam bem alto:
VIVA MOÇAMBIQUE LIVRE!
VIVA A FRELIMO!
VIVA A PAZ E A FRATERNIDADE!
Chitengo, 4 de Agosto de 1974
A COMISSÃO DE TRABALHADORES
Assinados:
1 – Celestino Ferreira Gonçalves, fiscal de caça-chefe
2 – Joaquim Pedro Rato Martins, fiscal de caça de 1ª classe
3 – Pedro David Ernesto Manussos, fiscal de caça de 2ª classe
4 – Lourenço Rodrigues, guarda de Parques, Reservas e Coutadas
5 – Chico Natal Alfredo Candeeiro, motorista
6 – Manuel Chimoio, motorista
7 – Batage Vasco, operador de máquinas
8 – Castigo Mamunanculo, servente de 1ª classe (guarda)
9 – Francisco Pranga, servente de 1ªclasse (guarda)
10 – Alberto Matambo, servente de 1ª classe (guarda)
3 – O ANEXO DA MENSAGEM
O QUE É O PARQUE NACIONAL DA GORONGOSA
E AS RAZÕES DA SUA EXISTÊNCIA
- Criado há cerca de 40 anos – primeiro como Reserva de Caça – tem o seu coração no vale do rio Urema e Alonga-se às terras vizinhas de Cheringoma e Gorongosa, ocupando uma área de cerca de 4.000 Km2.
- É povoado de uma abundante fauna, onde se destaca uma elevada representação de Elefantes, Hipopótamos, Búfalos, Inhacosos, Zebras, Bois-cavalos, Leões, Impalas, etc..
- É mundialmente conhecido e tornou-se famoso pela beleza natural que encerra e variadíssima fauna que alberga. Os seus Leões constituem autêntico “ex-libris” de Moçambique, pois deixam-se fotografar a escassos metros das viaturas.
- No campo turístico é de longe o principal cartaz de Moçambique.
- No campo científico serve os vários ramos ligados à zoologia, biologia, ecologia, botânica, etc..
- No campo cultural proporciona a divulgação da vida selvagem às camadas estudantis e de todos que nutrem interesse pelos problemas da natureza.
- No campo económico representa uma fonte de receitas em divisas estrangeiras, através da exploração turística e futuramente na venda de animais para jardins zoológicos de todo o mundo.
- É servido por um acampamento central – CHITENGO – onde existem instalações para cerca de 150 turistas.
- Tem diversos outros acampamentos na sua periferia, destinados essencialmente a fiscalização.
- Trabalham no Parque cerca de 130 empregados, entre brancos, mistos e negros (estes em maior número), que executam as diversas tarefas de administração, fiscalização, oficinas, obras, maquinaria e viaturas, arranjo de picadas, manutenção de acampamentos, etc..
- Nos últimos anos de normal funcionamento recebeu em média 26 mil visitantes por ano.
- Tem uma rede interna de picadas com cerca de 500 Km.
- É servido por uma pista para aviões do tipo “táxi aéreo”.
- A ligação rodoviária para o exterior é feita por um ramal de 11 Km. A partir do portão de entrada até à estrada asfaltada Centro-Norte.
- No acampamento do Chitengo existe luz eléctrica fornecida pela rede exterior da SHER.
- No mesmo acampamento há uma estação telégrafo-postal dos CTT, com telefones para o exterior tipo VHF.
- Há uma Escola Primária, Posto de Socorros , Campos de Jogos e duas Piscinas.
Chitengo, 4 de Agosto de 1974
DISTRIBUIÇÃO:
Comandantes e outras autoridades da FRELIMO
da região da Gorongosa e Cheringoma
4 - IMAGENS HISTÓRICAS
Visita do Governador Geral Arantes e Oliveira em 1964.
A receber a comitiva o Dr. Armando Rosinha e Celestino Gonçalves (atrás à esquerda)
Joaquim Rato Martins (fiscal de caça) e esposa Inês (professora no Chitengo).
Ambos viveram intensamente os problemas de 1974 no Parque.
Castigo Mamunanculo e Batage Vasco, em 2000,
quando visitei o Parque ao fim de 19 anos de ausência. Dois
resistentes de 1974, infelizmente já falecidos.
Jantar de despedida do Luís Fernandes (adjunto do administrador do Parque) e Esposa, Zilda (professora do Chitengo) quando foram de férias em 1974, antes do "25 de Abril". Eles voltariam depois mas por pouco tempo.
As célebres presas de elefante que em 1977 foram transferidas do Parque para o Palácio da Presidência em Maputo e depois para o Museu de História Natural, onde se encontram. Na imagem pode ver-se outro dos resistentes de 1974, Pedro Manussos, também já falecido.
* * *
Novembro, 2007
Celestino Gonçalves
2 comments:
Como sempre nos pasando verdadeiros documentos históricos de Moçambique, em especial no que está ligado à fauna moçambicana.
Estarei colocando um link lá no meu cantinho.
Celestino,
Só encontro esta forma de responder a sua mensagem no ForEver PEMBA. Não tenho seu e-mail. Quando puder mande notícias e as prometidas fotos do F. Soares.
Enorme abraço e desde já grato,
Jaime Luis Gabão
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